Siga-nos nas redes

País

Crianças de famílias pobres com menos acesso a serviços de saúde em Portugal

Publicado

em

As famílias com crianças até aos 15 anos estão a recorrer menos a serviços de saúde por falta de dinheiro, segundo um inquérito nacional que mostra que, no ano passado, 15,63% dos agregados familiares não procurou auxílio.

O trabalho realizado por dois investigadores da Nova School of Business and Economics (Nova SBE), Pedro Pita Barros e Carolina Santos, lança o alerta: A pobreza estar a impedir muitas famílias de irem a consultas ou urgências, num país onde os menores estão isentos das taxas moderadoras.

No ano passado, 15,63% das famílias com crianças e jovens até aos 15 anos não foi visto por um profissional de saúde apesar de estar doente, segundo o trabalho dedicado ao “Acesso das Crianças a Cuidados de Saúde”, que faz parte da “Série Análises do Setor da Saúde” e que permite ver a evolução do fenómeno desde 2013.

O inquérito mostra que a situação se agravou, já que no ano anterior, os agregados que não acederam a cuidados de saúde representavam 13,33% do total.

O trabalho mostra ainda que ao longo da última década, houve sempre mais de 10% dos inquiridos nessa situação, sendo 2015 e 2017 os piores anos, já que mais de uma em cada quatro famílias não foi vista por um profissional de saúde apesar de estar doente (20,48% e 23,48%, respetivamente).

Os investigadores quiseram perceber se esta redução se poderia atribuir a episódios de doença menos graves, mas detetaram que as crianças de famílias mais carenciadas enfrentavam “barreiras de acesso de natureza financeira mais elevadas”, lê-se na nota informativa a que a Lusa teve acesso.

Ora, num país onde os menores estão isentos de pagar taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde, “provavelmente subsistem dificuldades noutras despesas associadas com o acesso a cuidados de saúde”, alertaram os autores.

“Na globalidade, os resultados evidenciam que a origem do problema de acesso das crianças a cuidados de saúde reside na pobreza infantil”, concluem, saudando os mecanismos de discriminação positiva existentes no SNS, mas defendendo que é preciso ir mais longe.

Para os investigadores da Nova SBE é preciso combater a pobreza para conseguir mitigar as barreiras no acesso.

“O objetivo de assegurar cuidados de saúde adequados à população não poderá ser alcançado unicamente por via de políticas de saúde, stricto sensu. É necessário (re)avaliar a implementação de políticas de proteção social abrangentes, uma vez que estas complementam as políticas de saúde”, salientam no documento.

O estudo compara também os agregados familiares com crianças com menos de 15 anos e acima dessa idade e conclui precisamente que as famílias com crianças pequenas são mais afetadas e procuram menos o sistema de saúde.

Um indicador comum entre estes dois grupos de agregados familiares é o facto de ambos não comprarem todos os medicamentos necessários.

No ano passado, cerca de 18,37% dos inquiridos de famílias com crianças com menos de 15 anos não adquiriu todos os medicamentos necessários ao tratamento do episódio de doença.

Existiam ainda outros fatores com potencial de influenciar o acesso a cuidados de saúde, como não ter médico de família, mas os investigadores concluíram que as famílias com crianças mais pequenas não eram mais desfavorecidas neste processo.

“Ambos os tipos de agregados foram negativamente afetados pela falta de médicos de família”,lê-se no documento esta segunda-feira divulgado que mostra que é cada vez mais difícil ter médico de família.

Quase nove mil pessoas participaram nos vários inquéritos realizados pela Nova SBE entre 2013 e 2022, sendo os inquiridos “uma amostra representativa da população residente em Portugal”, refere o documento a que a Lusa teve acesso.

PARTILHE ESTE ARTIGO:
Publicidade Publicidade

pub

LER JORNAL

Artigos Recentes

Desportohá 8 horas

Tiago Silva, da EARO, sagra-se vice-campeão no Torneio Jovem do Norte

Tiago Silva, da Escola de Atletismo Rosa Oliveira (EARO), sagrou-se, este sábado, vice-campeão nos 800 metros, no Torneio Jovem do...

Bragahá 9 horas

Famalicão: Maria Rodrigues do Liberdade FC é Campeã Jovem do Norte

Disputou-se este sábado, dia 18 de janeiro, o Torneio Jovem do Norte de Pista Curta, na Pista de Atletismo do...

Sociedadehá 10 horas

Ciclista colhido por carro em Esposende

É mais um atropelamento a somar aos que se tem repetido nas últimas semanas. Um ciclista de 47 anos foi...

Bragahá 12 horas

Braga lança programa de criação de Experiências Turísticas Sustentáveis

O Município de Braga, apresentou ontem, 17 de Janeiro, no Posto de Turismo de Braga, o Programa de Criação de...

Sociedadehá 13 horas

Preço dos combustíveis dispara na segunda-feira

Os combustíveis vão sofrer uma forte subida a partir de segunda-feira. O gasóleo vai ficar mais caro 5,5 cêntimos e...

Famalicãohá 13 horas

Chega de Famalicão promove jornada sobre “Verdade e Liberdade”

A Comissão Política Concelhia do Partido Chega de Vila Nova de Famalicão vai realizar mais uma edição das suas Jornadas...

Paíshá 14 horas

Depressão Garoe chega na segunda e traz chuva e vento fortes

A depressão Garoe traz chuva e vento forte, que são esperados em Portugal continental e no arquipélago da Madeira a...

Desportohá 14 horas

Hóquei em Patins: Riba d´Ave recebe Sporting este sábado

Este sábado, pelas 18h30, o Riba d´Ave HC recebe o Sporting. A partida, a contar para a jornada 11 da...

Paíshá 15 horas

Euromilhões: Já sabe qual é a chave desta sexta-feira que vale 76 milhões?

A chave vencedora do concurso do Euromilhões desta sexta-feira, 17 de janeiro de 2025, é composta pelos números 8 – 15 – 24...

Desportohá 15 horas

Hugo Oliveira: “O FC Famalicão teria que ser mais agressivo”

O FC Famalicão foi goleado (4-0), esta sexta-feira, em casa do Benfica, que igualou, provisoriamente, o Sporting na liderança da...

Arquivo

Mais Vistos