O conclave para escolher o sucessor do Papa Francisco, que faleceu a 21 de abril, começou esta quarta-feira, na Capela Sistina, no Vaticano. Aqui, cerca de 133 cardeais eleitores, provenientes de 71 países, reúnem-se num processo marcado por secretismo e tradição, com o objetivo de eleger o 267.º líder da Igreja Católica, que guiará 1,4 mil milhões de fiéis em todo o mundo.

O conclave, iniciado após uma missa solene na Basílica de São Pedro, decorre sob regras estritas estabelecidas pela constituição apostólica Universi Dominici Gregis. Os cardeais, todos com menos de 80 anos, estão isolados do mundo exterior, sem acesso a telemóveis ou meios de comunicação, para garantir a confidencialidade do processo.

A eleição requer uma maioria de dois terços, ou seja, pelo menos 89 votos, para que um candidato seja escolhido como novo Papa. Durante o conclave, os cardeais realizam até quatro votações por dia, duas de manhã e duas à tarde, exceto no primeiro dia, que inclui apenas uma votação. Após cada sessão, as cédulas são queimadas numa chaminé instalada na Capela Sistina. Fumo preto indica que não foi alcançado um consenso, enquanto fumo branco anunciará a eleição do novo Papa, seguida da proclamação “Habemus Papam” a partir da varanda da Basílica de São Pedro.
Embora não haja um favorito claro, especula-se sobre nomes como o Cardeal Pietro Parolin, diplomata italiano e moderado, e o Cardeal Luis Antonio Tagle, das Filipinas, conhecido pelas suas posições progressistas. A diversidade geográfica dos eleitores, com mais de três quartos nomeados pelo Papa Francisco, sugere que o próximo Papa poderá refletir uma visão global, com forte influência do hemisfério Sul do globo.
Especialistas indicam que o conclave poderá durar entre dois a três dias, com base em eleições recentes, como a do Papa Francisco em 2013, que levou cinco votações. O Cardeal Jean-Paul Vesco, arcebispo de Argel, afirmou que seria “inesperado” se o processo se prolongasse para além de sexta-feira, 9 de maio, sem uma decisão, mas a duração exata permanece incerta.

Enquanto o mundo aguarda, milhares de fiéis e peregrinos concentram-se na Praça de São Pedro, observando a chaminé da Capela Sistina.