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Trabalhadores da Coelima avançam com “todas as formas de luta” para garantir continuidade

Os trabalhadores da Coelima, no concelho de Guimarães, que pediu a insolvência, mandataram hoje os sindicatos para avançarem com “todas as formas de luta” no sentido de garantir a continuidade da empresa têxtil e os postos de trabalho.

O presidente do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, Francisco Vieira, disse que a decisão foi tomada após dois plenários realizados durante a tarde de hoje na empresa localizada em Pevidém, concelho de Guimarães, distrito de Braga, que emprega atualmente 253 pessoas.

Segundo o dirigente sindical, afeto à CGTP – Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses -, esta noite haverá mais dois plenários, mas o caminho que está a ser trilhado vai no sentido de as organizações representativas dos trabalhadores se reunirem “muito brevemente” para definirem as iniciativas de luta a adotar.

“Todas as formas de luta estão em aberto. Podem passar por greves, marchas ou outras medidas, sempre em articulação com os trabalhadores. Vamos também envolver a sociedade civil, a Igreja Católica e outras entidades”, apontou Francisco Vieira.

O sindicalista afirmou ainda que “vão rapidamente preparar um conjunto de iniciativas”, com vista a que “tudo seja feito” como “há trinta anos” (em julho de 1991), quando a empresa ultrapassou um primeiro processo judicial.

Há cerca de uma semana a Coelima anunciou que pediu a insolvência, na sequência da quebra de vendas “superior a 60%” provocada pela pandemia e da não aprovação das candidaturas que apresentou às linhas de crédito covid-19”.

“A empresa decidiu avançar com o pedido de insolvência, fruto da situação criada pela pandemia, que provocou uma forte redução das vendas e uma pressão sobre a tesouraria insustentável”, explicou à Lusa, em 14 de abril, fonte oficial da empresa.

A empresa ressalvou, contudo, pretender, conforme previsto na lei, apresentar um plano de recuperação aos credores no prazo de 30 dias.

O processo encontra-se no Tribunal de Comércio de Guimarães, não havendo, até ao momento, decisão judicial quanto ao pedido de insolvência, disse hoje à Lusa fonte judicial.

Com cerca de 250 trabalhadores, a têxtil de Guimarães integra o grupo MoreTextile, que em 2011 resultou da fusão com a JMA e a António Almeida & Filhos e cujo acionista principal é o Fundo de Recuperação gerido pela ECS Capital.

De acordo com fonte oficial da têxtil, após “todos os esforços realizados, a empresa decidiu apresentar-se à insolvência de forma a minimizar os impactos nos vários ‘stakeholders’, nomeadamente dos colaboradores, que apesar da situação têm todos os salários em dia”.

Depois da restruturação realizada ao longo dos últimos anos, a Coelima esteve perto de ser alienada em março do ano passado, mas a operação acabou por não avançar, num contexto de incerteza gerada com a pandemia.

Os cerca de 250 trabalhadores da Coelima têm idade média de 51 anos e uma antiguidade de 27 anos.

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