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Portugal e Espanha anunciam armazenamento conjunto de energia perante um Inverno incerto

O novo primeiro-ministro, António Costa, discursa durante a cerimónia de tomada de posse do XXI Governo Constitucional, liderado secretário-geral do Partido Socialista (PS), António Costa, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, 26 de novembro de 2015. JOÃO RELVAS/LUSA

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou hoje um “projeto muito importante” entre Portugal e Espanha para armazenamento conjunto de energia na Península Ibérica, que permitirá ultrapassar situações como a crise energética e a seca e apostar no lítio.

“Antes da reunião a três, tivemos uma reunião de trabalho com o governo da Espanha e, para completar o mercado ibérico, para além de reforçarmos interconexões e a ligação elétrica […] vamos também desenvolver um outro projeto muito importante, que tem a ver com o armazenamento conjunto de energia”, declarou António Costa.

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Falando à chegada ao Conselho Europeu, em Bruxelas, e no final da uma reunião esta manhã com o chefe de Governo espanhol, Pedro Sánchez, o chefe de executivo português apontou que “o grande desafio na transição energética é como armazenar energia produzida”.

“Há várias formas de o fazer e a forma tradicional como fazemos é através da reutilização da água da barragem [….], mas há novas formas”, referiu António Costa, exemplificando que “os próprios gases, como o hidrogénio, são outra forma também de armazenamento de energia”.

A ideia seria então colocar em prática entre Portugal e Espanha “um projeto para se poder desenvolver baterias de grande capacidade que, no futuro, tenham condições para também armazenar essa energia”.

“Isso ajudava a valorizar, na própria Península Ibérica, um recurso natural da própria conhecida ibérica, que é o lítio, de forma a termos baterias que possam servir para ajudar a armazenar em grande escala energia para responder a situações de crise como que estamos agora a viver”, já que, com a seca, “temos menor capacidade de produção de eletricidade hídrica”, adiantou António Costa.

Na prática, ter este tipo de reservas na Península Ibérica permitiria que, em situações como crise ou seca, não se fossem gastos recursos na produção energética, recorrendo assim ao armazenamento.

No mês passado, a Comissão Europeia anunciou inclusive que a UE vai criar reservas estratégicas para evitar ruturas no abastecimento de matérias-primas fundamentais para a indústria, como terras-raras e lítio, cuja oferta é controlada pela China.

A China, que detém quase o monopólio em terras-raras e ímanes permanentes, aumentou os preços 50-90% no ano passado, ao mesmo tempo que países como Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul estão a apostar fortemente neste setor.

Atualmente, a China controla a indústria transformadora mundial, já que quase 90% das terras-raras e 60% do lítio são ali transformados.

As terras-raras são um grupo de 17 elementos químicos que podem ser utilizados em ecrãs de televisão e computadores, baterias de telemóveis e carros elétricos e turbinas eólicas.

Em Portugal, uma Avaliação Ambiental Estratégica, promovida pela Direção-Geral de Energia e Geologia, reduziu, em fevereiro, de oito para seis as áreas com potencial de existência de lítio, havendo contestação popular à exploração do minério.

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