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Portugueses na Venezuela cada vez mais afetados pelas diferenças sociais e económicas

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Um conselheiro das comunidades na Venezuela alertou hoje que os portugueses estão a ser afetados pelas cada vez mais acentuadas diferenças sociais e económicas na Venezuela.

“Há duas ‘Venezuelas’, uma Venezuela ou uma parte do povo, que tem, digamos, uma aceitável condição económica e outra que não está ao alcance dessa situação. Os mercados estão cheios de produtos, venezuelanos e estrangeiros […] mas que não estão ao alcance de todos”, disse Leonel Moniz.

O conselheiro falava à agência Lusa a propósito da visita que o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, inicia hoje à Venezuela, a primeira a este país desde que assumiu funções.

Segundo este conselheiro “a maioria dos comerciantes e empresas tiveram de ‘dolarizar’ (fixar em dólares) os salários porque de outra forma as pessoas não poderiam trabalhar” e o valor mínimo oficial “não é suficiente para ninguém”.

“Indiscutivelmente, a comunidade portuguesa está muito afetada. A indústria da panificação, um dos setores alimentares que os portugueses gerem no país, está muito afetada. Pode-se ir a algumas padarias e ver tudo com muito bom aspeto, com bons produtos, mas muito caros e inacessíveis, mas 80% dos padeiros da nossa comunidade não têm assim as padarias”, disse.

Segundo Leonel Moniz, os portugueses que trabalham noutros tipos de empresas “também têm encontrado enormes dificuldades”, em áreas como a “da gasolina, peças sobressalentes, pneus, telecomunicações” e inclusive os médicos lusodescendentes tiveram de baixar os preços das suas consultas.

O conselheiro referiu ainda que o stock de algumas empresas está a esgotar-se e os empresários não têm dinheiro suficiente para investir e repor os produtos.

“A Venezuela está a passar por mudanças (…) isto não significa que a economia tenha melhorado. Não. Houve mudanças, digamos que alguma melhoria, em aspetos como a alimentação e os serviços, que se tinham agravado no país, a começar pela eletricidade, o gás e a água e outras coisas”, explicou.

No entanto, sublinhou, a nível económico, “dificilmente se pode dizer que tenha havido uma melhoria porque a banca venezuelana não melhorou realmente. A banca venezuelana está paralisada. Não há créditos, não há poupanças, nada que encoraje o bolívar, a moeda venezuelana”.

Leonel Moniz acrescentou o Estado implementou um novo imposto de 3% sobre as transações em moeda norte-americana, o que tem levado a uma redução das vendas.

Sobre a pandemia da covid-19, explicou que há “um pouco mais de tranquilidade”, devido aos cuidados que a população teve e ao programa local de vacinação, o que permitiu que as lojas agora estejam abertas durante mais horas.

Por outro lado, o conselheiro precisou que a maior parte dos centros portugueses retomaram as atividades desportivas e sociais, mas com menos elementos porque a situação económica forçou muitos cidadãos a voltar para Portugal ou a ir para outros países europeus e para o continente latino-americano.

Mas, “há que estar consciente que nem todos os lusodescendentes viajam para Portugal […] porque muitos têm dificuldades na aprendizagem do idioma e muitas carreiras profissionais não são reconhecidas homologadas em Portugal, o que é lamentável”, referiu.

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