País
Confederação dos Agricultores de Portugal nega “campanha de desinformação” contra o PAN
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) rejeitou hoje acusações de estar a promover uma “campanha de desinformação” contra o PAN, acusando a líder do partido de querer “ganhar mais uns minutos de atenção mediática”.
No comunicado, hoje divulgado, a CAP disse que “tomou conhecimento de declarações publicamente proferidas ontem [terça-feira] à tarde, pela líder do PAN, Inês Sousa Real, em plena ação de campanha eleitoral, nas quais acusou a CAP de ‘promover uma campanha de desinformação contra o seu partido’”.
A organização sublinhou que “não promove campanhas de desinformação contra nenhuma instituição ou pessoas”, garantindo que “esta é uma acusação totalmente infundada, que merece repúdio, e que apenas visa ganhar mais uns minutos de atenção mediática e de protagonismo à custa da CAP”.
“A CAP é uma instituição digna, que representa interesses setoriais legítimos, é um parceiro social com assento no Conselho Económico e Social e não aceita de ânimo leve acusações deste teor, que são graves. É mentira que a CAP tenha promovido qualquer campanha de desinformação”, realçou a entidade.
A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, defendeu esta terça-feira que há uma campanha de “desinformação” contra o partido, atribuindo culpas a “algumas forças políticas” e entidades como a CAP.
“Há claramente uma tentativa de desinformação das pessoas por parte de algumas forças políticas e também de alguns setores que têm mantido capturados os interesses no nosso país”, afirmou a também deputada, durante uma ação de campanha no Porto.
Inês Sousa Real respondia a questões colocadas pelos jornalistas sobre a concentração de iniciativas de campanha do PAN em zonas urbanas e um aparente conflito entre as propostas do partido e o seu acolhimento nas zonas mais rurais.
Para a líder do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), a campanha de desinformação contra o partido que lidera surgiu, por exemplo, por parte da CAP, que “não representa os interesses dos pequenos e médios agricultores”.
A CAP “opta por se sentar ao lado de ‘lobbys’ como o da tauromaquia e das grandes empresas, muitas delas estrangeiras, que estão a utilizar os nossos solos de forma intensiva e superintensiva”, sustentou.
Inês Sousa Real realçou que aquela confederação dos agricultores “deixa para trás os jovens e os pequenos agricultores e as atividades mais familiares” e recusa apoiar “as boas práticas, como a permacultura ou a agricultura biológica”.
Por sua vez, a CAP, no comunicado hoje divulgado, garantiu que “está à vista de todos que a líder do PAN está a referir-se às notícias que evidenciam flagrantes contradições entre as suas posições públicas e os seus negócios privados”, dizendo mesmo que o que a líder do PAN apelida de ‘campanha de desinformação’ tem um nome: chama-se jornalismo”.
Para a CAP, Inês Sousa Real está, com as suas declarações, “a pôr em causa o papel da comunicação social e a liberdade de escrutinar e de informar”, defendendo que “as notícias que evidenciam as insanáveis incoerências entre a sua vida pública e os seus negócios privados são da responsabilidade dos jornalistas que as assinam”.
“Dizer que a CAP promove uma campanha de desinformação não só é mentira, como é insultuoso para a comunicação social”, referiu a Confederação.
“Era o que faltava que a CAP não pudesse ter uma posição sobre factos publicados na comunicação social, designadamente sobre factos que noticiam que a líder de um partido antiagricultura pratica em empresas às quais está ligada o tipo de agricultura que em público condena”, sublinhou a entidade, acrescentando que se exige “que prove o que diz”.
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