País
“Revolta”: Professores em greve até fevereiro
As greves dos professores que marcaram a primeira semana de aulas no 2º período registaram uma adesão que excedeu as expectativas dos sindicatos.
Milhares de alunos regressaram às aulas na terça-feira, mas muitos encontraram a escola fechada pela manhã devido a greves convocadas por dois sindicatos de professores, que duraram toda a semana.
Uma das greves foi convocada pelo Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) em protesto contra algumas das propostas apresentadas pelo governo no âmbito do processo de negociação para a revisão do regime de recrutamento e mobilidade de professores.
A paragem, apenas durante o primeiro período de aulas para cada professor, registou na terça-feira uma adesão de 80%, de acordo com as estimativas do sindicato.
“Houve uma forte participação, o que foi até surpreendente”, disse a presidente da SIPE, Júlia Azevedo, referindo que nos restantes dias a mobilização de professores estava a aumentar.
Porque foi uma greve parcial, muitas vezes os estabelecimentos de ensino só foram fechados durante o primeiro período de aulas, quando os alunos chegaram à escola. Por esta razão, explica Júlia Azevedo, “teve um efeito principalmente devido à visibilidade, porque depois tudo volta ao normal na segunda metade do horário dos professores”.
Simultaneamente, houve também outra greve convocada pelas mesmas razões pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP). A greve por tempo indeterminado teve início a 9 de Dezembro e o sindicato já emitiu avisos para todo o mês de Janeiro, estendendo o protesto aos trabalhadores não docentes.
Assim, algumas escolas acabaram por ser encerradas durante todo o dia, como foi hoje o caso em vários distritos de Braga e Viana do Castelo, segundo o presidente do SIPE.
“Estas duas formas de protesto demonstraram a força da razão dos professores, a sua revolta e um grito, quase um pedido desesperado ao Ministério para abrir rapidamente negociações”, sublinhou Júlia Azevedo.
A greve parcial do SIPE, inicialmente prevista apenas para a primeira semana do 2º ciclo, irá durar até 8 de Fevereiro. Contudo, o sindicato assinou hoje 18 avisos de greve por distritos, juntamente com outros sete sindicatos, incluindo a Federação Nacional de Professores (Fenprof).
Esta greve terá lugar durante 18 dias, entre 16 de Janeiro e 8 de Fevereiro.
No sábado, a STOP realizará protestos em todas as capitais de distrito, estando prevista uma marcha em Lisboa no dia 14 de Janeiro.
Em Fevereiro, no dia 11, a Fenprof, ASPL, Pró-Ordem, SEPLEU, SINAPE, SINDEP, SIPE e SPLIU organizarão uma manifestação nacional de professores e educadores, também em Lisboa, mas antes disso planeia acampar em frente ao Ministério da Educação entre os dias 10 e 13 de Janeiro.
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