Os soldados ucranianos que morreram, enquanto defendiam uma ilha no Mar Negro de um bombardeamento aéreo e marítimo disseram a um oficial a bordo de um navio de guerra da marinha russa “vão se f**er”, quando solicitados para se renderem.

Eram 13 guardas de fronteira estacionados na Ilha da Cobra, uma ilha rochosa de aproximadamente 16 hectares no território ucraniano que fica a cerca de 300 quilómetros a oeste da Crimeia, quando tropas russas bombardearam a ilha na quinta-feira.

Todos os 13 soldados morreram após se recusarem a render, anunciaram autoridades ucranianas.

Em discurso, após o primeiro dia da invasão no seu país, o presidente Volodymyr Zelenskiy anunciou que concederia postumamente a todos os soldados o prémio “Herói da Ucrânia”.

“Todos os guardas de fronteira morreram heroicamente, mas não desistiram”, disse Zelenskiy.

Uma gravação que supostamente capturou uma interação entre guardas de fronteira ucranianos na Ilha da Cobra e um navio da marinha russa que se aproximava, no qual um oficial russo disse às forças ucranianas na ilha para “baixarem as armas”.

“Este é um navio de guerra militar. Este é um navio de guerra militar russo. Sugiro que baixe as suas armas e se renda para evitar derramamento de sangue e baixas desnecessárias. Caso contrário, você será bombardeado”, disse o escritório russo através de um canal de rádio naval.

Após um curto período de silêncio na gravação, um oficial ucraniano teria respondido: “Navio de guerra russo, vá se foder”.

O áudio foi publicado por vários meios de comunicação, incluindo o jornal online ucraniano Ukrayinska Pravda, e foi partilhado nas redes sociais por Anton Herashchenko, consultor do Ministério do Interior ucraniano.

A marinha russa teria bombardeado a ilha com armas de convés antes de enviar soldados a bordo para assumir o controlo, de acordo com o Executivo Marítimo.

A Ilha da Cobra – conhecida como Ilha Zmiinyi em ucraniano – está situada perto das costas ucraniana e romena ao longo do Mar Negro e já foi objeto de uma disputa territorial entre os dois países.

Uma estação de pesquisa marítima está situada na ilha, e as suas fronteiras abrangem uma área considerada estrategicamente importante para recursos, incluindo petróleo.