Siga-nos nas redes

País

Preço do café nas bolsas de valores subiu quase 100%. Consumidores vão agora “pagar a fatura”

Publicado

em

O café pode “testar máximos históricos” de 2011 este ano, em função da evolução da pandemia e dos problemas ao nível do transporte e alterações climáticas, apontaram analistas que divergem quanto ao impacto para o consumidor.

“O preço do café, semelhante a outros produtos, subiu nos últimos meses. Numa base anual, os preços do café nas bolsas de valores subiram quase 100%. Isto é o resultado de preocupações de abastecimento e de grandes problemas de transporte em todo o mundo. As alterações climáticas em curso também estão a contribuir para a ocorrência de um número crescente de anomalias climáticas”, apontou o analista da XTB Nuno Mello.

emissão em direto da famatv

Em causa, estão, por exemplo, secas persistentes ou “amplitudes térmicas elevadas”, que acabam por destruir as culturas, tal como se verificou no Brasil, o maior produtor mundial de café.

O Brasil foi alvo de geadas prolongadas, seguidas de secas, o que levou ao desaparecimento de muitos cafeeiros, estando as quebras de produção, face a uma estação normal, em pelo menos, “alguns milhões de sacos”.

Isto justifica-se também pelo facto de a recuperação das colheitas poder levar um mínimo de dois anos, mantendo os preços elevados.

Somam-se os impactos provocados pelo transporte, nomeadamente, com o agravamento dos prazos de entrega para até mais de 100 dias.

“O transporte do café brasileiro para o resto do mundo foi afetado, uma vez que os mesmos portos são utilizados para o carregamento de grãos de soja, açúcar ou café”, explicou.

No entanto, os consumidores portugueses não devem ver este aumento refletido no preço do café, nem mesmo perante a subida dos custos dos fatores de produção ou a seca.

Nuno Mello precisou ainda que o preço do café numa chávena só representa entre 1% a 2% do valor total, pelo que o aumento anual dos preços da matéria-prima “não deverá traduzir-se em fortes aumentos nos produtos finais”.

No mesmo sentido, o diretor executivo da ActivTrades Europe, Ricardo Evangelista, referiu que, apesar da estabilização verificada no ano passado, “os preços do café estão de novo em alta”, sendo que, neste momento, “a tendência aponta para a manutenção dos preços altos”, o que se justifica pela diminuição da oferta, aumentos nos custos de transporte e problemas na cadeia logística.

Perante a menor disponibilidade de café brasileiro no mercado internacional, espera-se a “continuação da subida dos preços pagos pelos consumidores” portugueses.

Contudo, esta subida só deverá verificar-se em meados de 2022, tendo em conta que o último valor recorde atingido diz respeito a contratos de futuro com entrega prevista para abril.

Ricardo Evangelista vincou ainda que a subida da taxa de inflação para 2022 irá trazer um “impacto adicional no preço que os consumidores pagam pelo café que bebem”.

Aos problemas da produção do Brasil, somam-se as dificuldades nas cadeias de abastecimento face à pandemia de covid-19 e a escalada dos preços, conforme destacou o economista sénior do Banco Carregosa, Paulo Rosa.

“Os custos mais elevados dos fertilizantes e dos combustíveis e a escassez de mão de obra têm impulsionado os preços do café, mas é esperado que as dificuldades nas cadeias de abastecimento sejam normalizadas à medida que a pandemia passe a endemia”, apontou.

Paulo Rosa ressalvou que a evolução do preço do café dependerá da evolução das condições climatéricas e do “regresso à normalidade” nas cadeias de abastecimento e transportes.

Porém, no imediato, o café vai continuar mais caro, o que poderá ditar a alteração dos hábitos de consumo e “incentivar as pessoas a beberem mais café em casa”.

De acordo com a Bloomberg, as reservas de café nas bolsas estão em queda desde 2018, tendo esta sido aumentada no início de 2020.

Os ‘stocks’ de café estão atualmente 1,03 milhões de sacas, o volume mais baixo dos últimos 20 anos, abaixo dos 1,54 milhões de sacas contabilizadas no final de 2021.

Os inventários são, atualmente, cerca de 0,5% superiores à procura anual global.

PARTILHE ESTE ARTIGO:
Publicidade Publicidade

LER JORNAL

pub

Artigos Recentes

Famalicãohá 4 horas

A chuva vai manter-se até quarta-feira

O tempo cinzento vai manter-se até quarta feira. Para este domingo, o IPMA afirma ainda que estão previstos períodos de...

Famalicãohá 5 horas

Nova estrutura no cemitério de Lousado

A junta de freguesia de Lousado anunciou a construção de um ossário. Esta estrutura com 45 gavetões para cinzas e...

Famalicãohá 5 horas

Lagoa celebra as festas em honra do Divino Espirito Santo

A freguesia de Lagoa, no concelho de Famalicão, celebra este fim de semana a Festa em Honra do Divino Espírito...

Famalicãohá 8 horas

Mercado das famílias interculturais na Praça Dona Maria II

Este fim de semana a Praça D. Maria II acolhe o Mercado das Famílias Interculturais, com expositores de várias nacionalidades:...

Desportohá 10 horas

GD de Joane rumo à subida

O Grupo Desportivo de Joane defronta na tarde deste sábado a equipa do Selhe. Na penúltima jornada da pró nacional...

Famalicãohá 10 horas

GNR faz mais de 350 detenções no espaço de seis dias

Guarda Nacional Republicana (GNR) realizou várias operações em todo o território nacional, entre os dias 10 e 16 de maio,...

Famalicãohá 11 horas

Mercado das famílias interculturais na Praça Dona Maria II

O Município de Vila Nova de Famalicão continua a celebrar a família e a diversidade cultural. A Semana da Família...

Famalicãohá 11 horas

IIV Feira das sopas em Ribeirão

O Agrupamento de escuteiros 1374 realiza, este sábado a VII Feira das Sopas. A iniciativa tem início marcado a partir...

Desportohá 23 horas

Veja os golos! FC Famalicão 1-2 Casa Pia AC

Veja aqui em baixo os golos da partida entre o FC Famalicão e o Casa Pia AC a contar para...

Famalicãohá 1 dia

Famalicão: Colheita de sangue em Joane a 26 de maio

A Escola Benjamim Salgado, na vila de Joane, recebe no dia 26 de maio mais uma colheita de sangue realizada...

Arquivo

Mais Vistos