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Arcipreste de V.N. Famalicão: Natal é deixar para trás “egoísmo, violência, guerra e indiferença”

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“O Natal não é nosso! O Natal é uma das mais belas notícias que o mundo já conheceu! E a notícia é tão antiga quanto nova, porque “hoje nasceu-vos um Salvador” (Lc 2, 1-14)! Este “hoje” é eterno. Isto é, ainda hoje, por mais estranho que possa parecer, o Salvador continua a nascer. Este nascimento é o sinal de que no Natal encontramos a vida que o próprio Deus nos traz.

O Natal traz consigo este sinal primeiro da vida, da importância da vida toda. Por isso, o Natal é também uma luz nova, um novo entendimento, uma nova compreensão sobre o valor da nossa vida. Com o Natal sentimos que hoje a nossa humanidade, a humanidade de cada um vale mais. E vale mais porque está investida da vida própria de Deus. E se aceitamos ou acolhemos esta luz sobre a nossa humanidade, então, só podemos deixar para trás toda a lógia do egoísmo, da violência, da guerra, do descarte, da indiferença… Com o Natal todas estas atitudes ou comportamentos só podem fazer parte do passado.

O Natal abre-nos um caminho de paz, de comunhão, de solicitude, de compreensão e acolhimento do outro, diferente de nós, mas de igual modo humano como nós… Com o Natal somos convidados a renascer. E renascer com uns olhos novos, palavras novas, com modos diferentes e inéditos de dizer a vida, de a cantar, celebrar, de a perceber mais profundamente. É aqui que encontramos a universalidade do Natal. De facto, o Natal não é exclusivo de um grupo religioso, não é pertença de alguns! Esta boa nova é para todos, é universal!

Este Salvador vem para todos. Ele vem abraçar todos! Porque todos vivemos no seu coração. É curioso que Belém signifique “casa de pão” e que Jesus tenha nascido numa manjedoura! Ou seja, as fomes e as sedes da nossa frágil humanidade têm como superar essa fome e sede. Jesus apresenta-se no Natal como aquele que “hoje” sacia a fome e a sede da nossa humanidade. Não de alguns, mas de toda a humanidade.

É precisamente aqui, em Belém, numa manjedoura, que o Salvador começa a revelar-se à humanidade como tal. Ele vem como pão para a fome do mundo; vem como pão que se parte e reparte para uma vida, para a construção de um mundo novo. Por isso, armar o presépio na nossa casa, nas ruas das nossas aldeias e cidades, nas escolas e hospitais, nos lugares de trabalho, é imperioso. Os tempos que vivemos pedem-nos sinais que nos transmitam luz e esperança. A representação do nascimento de Jesus é um sinal poderoso, admirável.

Não importa como ele é feito. O que conta é que ele fale à vida. E quando deixamos o presépio falar à nossa vida, esteja em que estado estiver, cansada, esgotada, fragilizada, arruinada… ela é sempre lugar de Deus, é tenda de Deus… Sejamos anfitriões desta vida nova que o Natal, presente no presépio, nos oferece. Sejamos capazes de contagiar, de contaminar, de alargar os horizontes da história, com a verdade do Natal, uma verdade que salva, não exclusiva, mas universal, para todos. O Natal não é nosso. É de todos. Mas começa no teu coração!”

Francisco Carreira Arcipreste de V.N. Famalicão

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