Um estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) em colaboração com a Comissão Europeia mostra que os médicos em Portugal estão a ganhar menos do que há 10 anos atrás, dados que parecem justificar a falta de médicos que afeta o país e as suas unidades se saúde, de Norte a Sul.
Os números apresentados explicam que as tabelas salariais dos médicos de clínica geral e especialistas “foram reduzidas em termos reais entre 2010 e 2020”.
O relatório sublinha que “na maioria dos países europeus, a remuneração dos médicos aumentou em termos reais (ajustada à inflação) desde 2010, mas a taxas diferentes entre países e diferenciadas entre especialistas e não-especialistas”.
“Os aumentos para especialistas e médicos de clínica geral têm sido particularmente fortes na Hungria. O governo húngaro aumentou substancialmente a remuneração dos especialistas e dos médicos de clínica geral durante a última década para reduzir a emigração e a escassez de médicos”.
O relatório continuou a comparar as políticas de despesas com a saúde, e discutir quanto dos orçamentos dos serviços de saúde foi gasto em “prevenção”. Mas a mensagem geral de que os médicos portugueses estão sobrecarregados e mal pagos não podia ser mais clara – e segue-se a um fim-de-semana em que o líder do PSD, Luís Montenegro, tem mantido o seu árduo calendário de viagens pelo país com a mensagem de que o governo socialista está a conduzir o país cada vez mais para o empobrecimento, numa altura em que “nunca houve tanto” em termos de fundos europeus para o desenvolvimento.