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Setor da restauração receia “milhares de encerramentos e dezenas de desempregados” em 2023

General view of a restaurant in Sao Paulo, Brazil, 06 July 2020. Sao Paulo, the most populous city in Brazil and the most plagued by the coronavirus pandemic, took a further step in its de-escalation plan on Monday and reopened its bars, restaurants and beauty salons. The Sao Paulo capital and its metropolitan area advanced to the third phase of easing social isolation measures, after remaining for fifteen days in the second phase of the de-escalation, which already allowed the reopening of street shops and shopping centers. EFE/ Sebastiao Moreira

A PRO.VAR, a associação nacional de restaurantes, receia que a ausência de medidas específicas para apoiar o sector se traduza em “milhares de encerramentos” e “dezenas de milhares de desempregados”. A época natalícia, que se aproxima, parece trazer “excelentes expectativas”, já que “muitas reservas estão a aparecer” e os clientes “parecem dispostos a pagar um pouco mais”, mas a preocupação é com 2023 e o aumento dos custos que se aproximam, nomeadamente com o aumento do salário mínimo, segundo a Dinheiro Vivo.

Daniel Serra, presidente da associação, reconhece que o sector da restauração vem de um Verão em que o volume de negócios foi “acima da média”, no entanto, assegura que, com a “enorme pressão” a montante, “os empresários nunca tiveram de fazer tantas contas e até recorrer a ajuda técnica” para chegar a valores de preços ao consumidor final. Os resultados líquidos “não são o que se esperava” e a associação receia que, dado que, pela sua natureza, é um sector que recebe dinheiro, mas os pagamentos são adiados, muitos empresários “só se apercebem do buraco financeiro no final do ano”.

Segundo o PRO.VAR, os restaurantes enfrentam aumentos de 50 a 100% nas contas de energia e de 25 a 30% nas matérias-primas. E com os custos de pessoal “em alta”, uma vez que a falta de recursos humanos está a forçar “a aumentar os salários e a dar outras regalias”, tais como mais tempo livre, para reter os trabalhadores. Mesmo assim, “muitos restaurantes hoje em dia não conseguem trabalhar a plena capacidade devido à falta de trabalhadores”.

Daniel Serra não se surpreende com os dados avançados por Kantar, num estudo recente, que mostra que, a cada visita a restaurantes, as famílias gastam em média mais 15% do que na primeira metade de 2019.

“Este aumento existe, mas deveria ser muito mais, na ordem dos 25 ou 30%”, garantindo que os restaurantes estejam “a absorver parte dos custos”, mas que isto os coloca a caminho de uma “tempestade perfeita”, uma vez que, com o fim do Verão, há menos clientes, especialmente estrangeiros.

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