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Primeiro-ministro apela à vigilância contra a “brutalidade” da violência doméstica

Pedido que se continue a reforçar a vigilância e a ação contra esta “pandemia, tantas vezes silenciosa e sempre brutal”, o primeiro-ministro assinalou hoje o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.

Esta posição foi transmitida por António Costa através de uma mensagem que publicou na sua conta pessoal na rede social “Twitter”.

“Neste Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, não bastam palavras de condenação e censura. Precisamos de continuar a agir contra esta outra pandemia, tantas vezes silenciosa e sempre brutal, da violência de género”, escreveu o primeiro-ministro.

António Costa referiu depois que o Governo lança hoje a campanha “Eu sobrevivi”, que pretende reforçar a vigilância contra a violência doméstica e alerta para os desafios impostos pela covid-19″.

“Denunciemos, atuemos. A violência contra as mulheres e a violência doméstica são crimes públicos e uma responsabilidade de todos”, acrescentou.

A Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica acolheu 625 pessoas na segunda vaga da pandemia, e fez mais de 12 mil atendimentos, tendo havido ainda 150 pessoas que conseguiram terminar o processo de autonomização.

Em declarações à agência Lusa, por ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, em que o governo divulga uma nova campanha contra a violência doméstica, a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, referiu que nesta segunda vaga da epidemia de covid-19 em Portugal, entre 28 de setembro e o dia 08 de novembro, a Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica acolheu 625 pessoas, entre 309 mulheres, 304 crianças e 12 homens.

Além disso, segundo Rosa Monteiro, foram feitos 12.419 atendimentos, o que significa que, em média, a Rede fez quase 303 atendimentos por dia ao longo destes 41 dias contabilizados na segunda vaga da pandemia.

Entre os mais de 12 mil atendimentos feitos neste período, a secretária de Estado salientou que 503 deles eram “situações novas que chegaram pela primeira vez às equipas de atendimento à procura de ajuda”.

Durante o mesmo período houve 150 pessoas que concluíram o seu processo de autonomização, enquanto na primeira fase foram 370, mas dispersas por um período temporal maior, entre 18 de março e 15 de junho.

Já durante a primeira vaga da pandemia, entre 18 de março e finais de junho, a Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica (RNAVVD) acolheu 848 pessoas, entre 499 mulheres, 328 crianças e 21 homens, além de ter feito 24.692 atendimentos.

Os dados mais recentes do Governo revelaram que a violência doméstica já matou 20 pessoas até ao dia 19 de novembro, 16 das quais mulheres. As participações de crimes de violência doméstica cresceram entre julho e setembro, com 8.228 ocorrências participadas à PSP e GNR, mais 1,12% do que as 8.137 no período homólogo de 2019 e mais do que as 6.928 registadas no segundo trimestre de 2020.

Também o número de pessoas presas por crimes de violência doméstica aumentou, assim como o de pessoas integradas em programas para agressores.

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