“Entre 20 de novembro e 6 de dezembro será o momento em que se atingirá o pico da segunda vaga do surto da covid-19 em Portugal.”
Manuel Carmo Gomes, professor de Epidemiologia na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e um dos especialistas ouvidos pelo governo, que tem estado a acompanhar a evolução da crise epidemiológica em Portugal, faz esta estimativa.
O especialista menciona o decréscimo gradual da velocidade de transmissão da covid-19 e a estabilização do R, o medidor que define o número médio de contágios decorrentes do contacto com uma pessoa infetada. “Quando o R atingir [o valor] 1, estaremos no pico”, explica ao “Correio da Manhã”. Garantindo que o indicador está a descer ligeiramente depois de, no final de outubro, ter estado fixado no valor 1,24.
É este índice que possibilita estimar que o pico da segunda vaga poderá ser atingido entre o final de novembro e o início de dezembro. As previsões para essa altura indicam, 3.200 pessoas internados — dos quais, 2.745 estarão em enfermaria e 456 nas unidades de cuidados intensivos.
Manuel Carmo Gomes reforça que estas estimativas não são fixas e podem oscilar caso se registem novos e maiores surtos da doença no País. Além disso, explica ainda que nestas previsões ainda não está considerado o impacto das novas medidas aplicadas pelo governo no contexto do novo estado de emergência e cujo efeito apenas será possível medir dentro dos próximos dias.
“Até ao Natal, vamos andar um bocado numa montanha-russa”, explica, sublinhando que deste facto não existem dúvidas.
