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PCP questiona ministra da Presidência sobre despedimento coletivo na Coindu

O grupo parlamentar do PCP questionou a ministra da Presidência sobre o processo de despedimento em curso na empresa Coindu com fábricas em Arcos de Valdevez, Alto Minho e, Vila Nova de Famalicão, Braga, foi divulgado esta terça-feira.

Na pergunta dirigida a Mariana Vieira da Silva, a que a agência Lusa teve acesso, o grupo parlamentar do PCP adianta ter tido conhecimento “que decorre um conjunto de processos de despedimento na Coindu, empresa com centenas de trabalhadores dedicada à produção de componentes para a indústria automóvel”.

“De acordo com os relatos que chegaram ao PCP, a empresa prepara um autêntico processo de despedimento coletivo encapotado de cerca de 150 trabalhadores, através do envio de cartas individuais aos trabalhadores em causa”, referem os comunistas.

Segundo o PCP, “entre os trabalhadores vítimas de tentativa de despedimento existem trabalhadores com vínculo efetivo e com vínculo precário”.

“Há rumores da intenção de encerramento de unidades fabris e existe a informação da decisão de encerramento de cantinas a acontecer nos próximos dias, nomeadamente, em Vila Nova de Famalicão”, alerta o PCP.

Segundo os comunistas “ao longo da vida da empresa têm vindo a ter lugar diversos processos de despedimento coletivo, atropelando os direitos dos trabalhadores”.

“Tratando estes homens e mulheres de forma descartável”, sublinha o partido.

O grupo parlamentar do PCP quer saber se o Governo tem informação sobre a situação da empresa, nos dois concelhos e, qual o acompanhamento que está a fazer da mesma.

Os comunistas questionam o Governo sobre a existência de dívidas à Segurança social e, em caso afirmativo, solicita informação sobre a mesma.

Questiona ainda sobre que apoios públicos, nacionais e comunitários foram atribuídos à Coindu nos últimos anos e, que medidas irá o Governo tomar para defender os postos de trabalho, bem como os interesses e os direitos dos trabalhadores.

Em Portugal, a Coindu, fundada em 1988, tem unidades fabris em Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, e em Vila Nova de Famalicão, no distrito de Braga.

Na segunda-feira, a administração da fábrica da Coindu em Arcos de Valdevez garantiu estar a cumprir a lei, de forma integral e escrupulosa, no processo de despedimento coletivo que tem em curso, motivado pela “descontinuidade de alguns projetos”.

“A necessidade de recurso ao despedimento coletivo decorre da descontinuidade de alguns projetos que tivemos até à data. A Coindu iniciou o processo, respeitando, de forma integral e escrupulosa, a lei”, refere a empresa que se dedica à produção de estofos para automóveis.

Em resposta, por escrito, a um pedido de esclarecimento da agência Lusa, a Coindu adianta que “a intenção de proceder a um despedimento coletivo abrange 103 dos 2.300 trabalhadores ao serviço da empresa, não havendo lugar ao encerramento de qualquer das suas unidades de produção”.

“Trata-se de um procedimento transparente e fundamentado, que vem decorrendo com a maior serenidade e com a compreensão por parte dos trabalhadores da Coindu”, sustenta a empresa.

A Coindu adiantou que vai “continuar a mover esforços no sentido de conseguir novas nomeações de projetos e manter em pleno funcionamento todas as unidades de Portugal, conforme tem vindo a ser praticado nos últimos 35 anos”.

Na sexta-feira, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) entregou na Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) um pedido de anulação do processo de despedimento coletivo.

Na altura, à Lusa o secretário-geral do SIMA, José Simões, classificou o procedimento de ilegal.

“Já realizámos dois plenários na empresa a informar os trabalhadores de que se trata de despedimento coletivo ilegal e que o caso já foi reportado à ACT. Há pessoas que assinaram as cartas e documentação sem saberem o que estavam a assinar. Quando tentam enganar as pessoas e o sindicato, aí ninguém nos para. Por esse motivo é que pedimos a anulação do despedimento coletivo”, sublinhou.

Foto: CDU Famalicão/DR

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