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Grupo furtou veículos em Famalicão e outros locais para desmantelar e vender acusa o MP

O Ministério Público (MP) acusou três arguidos de dezenas de furtos de veículos maioritariamente no distrito do Porto para posteriormente serem desmantelados e vendidos em peças, informou hoje a Procuradoria-Geral Regional do Porto (PGRP).

Segundo um comunicado publicado na sua página na Internet, a PGRP refere que, por despacho, datado de 01 de outubro, foi deduzida acusação contra três arguidos, um dos quais seria o alegado cabecilha da atividade criminosa, que já esteve detido por crimes idênticos.

O MP imputou ao principal arguido 26 crimes de furto (veículos), sendo um na forma tentada, dois crimes de falsificação de documentos, um crime de resistência e coação sobre funcionário e um crime de dano.

Aos outros dois arguidos foram imputados 20 crimes de furto, um deles na forma tentada, e um de falsificação de documentos.

De acordo com a investigação, entre 2018 e 2021, os arguidos, residentes no Porto, subtraíram um total de 25 viaturas e tentaram a subtração de mais uma, que não concretizaram pela intervenção policial, que estavam aparcadas na via pública.

Estes furtos ocorreram em diversas localidades do Norte, Centro e Sul do país, designadamente em Vila Nova de Famalicão, Gondomar, Porto, Paços de Ferreira, Gaia, Maia, Ermesinde, Valongo, Vila do Conde, Vila Franca de Xira, Charneca da Caparica, Esmoriz, Aveiro, Santa Maria da Feira e Lisboa.

“Na posse dos veículos furtados, os arguidos vendiam-nos a armazéns de sua confiança onde eram desmantelados e vendidos em peças; por vezes, também se serviam desses veículos furtados para cometerem outros ilícitos, circulando com matrículas falsas”, refere a mesma nota.

O MP refere ainda que o alegado cabecilha esteve detido até março de 2020, em cumprimento de pena pela prática de crimes idênticos, o que não o impediu de atuar como mandante dessa atividade, sendo “o detentor dos contactos que lhes permitia escoar as viaturas furtadas” e dos artefactos usados nos furtos, tendo tomado parte ativa na execução dos crimes, após ser colocado em liberdade.

Dois dos arguidos foram detidos em novembro de 2020, quando estavam a tentar furtar um veículo, mas o alegado mandante conseguiu fugir, tendo furtado mais cinco veículos até ser detido em fevereiro de 2021.

A acusação refere ainda que, em 2018, durante uma perseguição policial, na sequência de factos idênticos aos cometidos nesta investigação, o alegado mandante abalroou com o veículo que conduzia uma viatura das autoridades policiais causando-lhe danos e ferimentos no militar que ali seguia.

O MP deduziu um pedido de indemnização civil relativo aos danos materiais e morais na viatura e na pessoa do militar, no valor global de 1.716,03 euros.

Foi também requerida a perda a favor do Estado das vantagens obtidas com a atividade criminosa, no valor global de 435.625,00 euros (valor dos veículos e objetos subtraídos), sem prejuízo dos direitos dos ofendidos.

O alegado mandante encontra-se preso em cumprimento de pena à ordem de outros processos.

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