Famalicão
Nova rede de transportes Mobiave arranca oficialmente esta terça-feira

A nova rede de autocarros Mobiave arranca oficialmente hoje em Vila Nova de Famalicão, Trofa e Santo Tirso, depois de três dias gratuitos, tendo a existência da concessão já sido alvo de críticas de especialistas do setor.
“A nova operação traz um reforço de oferta relativamente à anterior e vai ter 90 linhas, servidas por cerca de 110 autocarros conduzidos por 180 motoristas e aproximadamente 2.700 paragens”, de acordo com a Transdev Portugal, que irá operar a concessão de 76,3 milhões de euros durante sete anos.
Segundo a empresa, estará também disponível ao público informação em tempo real, através de “um ‘website’ e uma aplicação móvel onde todos podem aceder a mapas interativos, aos percursos das linhas, à localização das paragens e à localização dos autocarros em tempo real, facilitando a consulta de horários e percursos disponíveis”.
“Vai funcionar muito bem desde o início. A realidade da informação digitalizada e em tempo real é algo que nós chamamos de tecnológico, mas é um tecnológico que já tem alguns anos, não estamos a fazer nada que não seja aquilo que as pessoas esperam hoje em dia”, disse aos jornalistas o presidente executivo da Transdev para Portugal e Espanha, Sérgio Soares, após uma cerimónia de apresentação na quarta-feira, no núcleo do Museu Nacional Ferroviário de Lousado, em Famalicão.
Haverá tanto passes municipais (30 euros) como gerais (40 euros), bem como a “integração do sistema Andante na extensão das linhas partilhadas entre Trofa e Famalicão e entre Santo Tirso e Famalicão”.
O arranque da Mobiave implica que tanto na Área Metropolitana do Porto como na Comunidade Intermunicipal (CIM) do Ave existam duas redes de transportes: a Unir e a Ave Mobilidade, respetivamente, que também atuam na Trofa, Santo Tirso (distrito do Porto) e Famalicão (Braga), embora com abrangências geográficas diferentes.
O presidente da Transportes Metropolitanos do Porto (TMP), Marco Martins, e vários especialistas do setor criticaram, na quinta-feira, a criação da Mobiave, por representar mais uma autoridade de transportes em territórios onde já existiam.
“Ainda ontem [26 de março] foi – com toda a legitimidade, mas com razões históricas que hoje não aconteceriam – lançada a Mobiave. Não justifica. Se cada CIM [Comunidade Intermunicipal] ou se cada Área Metropolitana tem a sua operação estabilizada, tem que ser capaz, nas zonas fronteiriças, de criar dinâmicas”, considerou Marco Martins.
O professor universitário e presidente da consultora Trenmo Álvaro Costa também abordou a questão da Mobiave, falando em “situações em que a não integração das redes vai fazer com que os problemas se vão mantendo no tempo”.
Tiago Ferreira, da CIM do Cávado, criticou o facto de “ter sido dado um poder discricionário para as autoridades de transporte se organizarem como quisessem” por todo o país, e, numa referência indireta à Mobiave, contestou a existência de autoridades de transportes que abrangem “metade de um município”.
Os autarcas dos três municípios abrangidos defenderam a pertinência da criação da Mobiave.
“Não havia nenhuma garantia, nem por parte da Área Metropolitana do Porto que, como é sabido, tem muitos problemas na sua rede que ainda não estão resolvidos, há muitos anos, e da própria CIM do Ave, que é uma rede um pouco minimalista”, considerou em 26 de março o presidente da Câmara de Famalicão, Mário Passos.
Já o presidente da Câmara da Trofa, António Azevedo, disse que a Mobiave “nasceu porque a Unir, em termos de concelho da Trofa, não tinha linhas nalgumas zonas que eram muito importantes”.
Alberto Costa, presidente da Câmara de Santo Tirso, considerou que os sete anos de concessão “vão decidir” se o modelo da Mobiave é o adequado, aguardando para ver “como vai correr” a concessão” e “como vai correr a concessão da Unir”.

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