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Guerra: Eurogrupo admite “impactos elevados” e estuda como apoiar os mais vulneráveis

O presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, admitiu hoje “impactos elevados” da guerra da Ucrânia provocada pela invasão russa para a zona euro, indicando que os ministros das Finanças estão a “estudar formas de proteger os grupos vulneráveis”.

“Tanto nas avaliações das instituições como nas nossas discussões no Eurogrupo, é evidente que esta crise está a prejudicar a dinâmica do crescimento e a exacerbar as pressões inflacionistas”, admite Paschal Donohoe, numa carta hoje enviada ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Na missiva, que antecede a cimeira do euro da próxima sexta-feira, no segundo dia do Conselho Europeu em Bruxelas, o líder do Eurogrupo elenca que “estes impactos negativos passam por vários canais: o fornecimento de energia e os preços da energia são um fator chave, mas os efeitos de confiança, os fluxos financeiros e as ruturas de abastecimento estão entre os muitos outros fatores também em jogo”.

“Haverá também impactos relacionados com a deslocação do povo ucraniano em busca de segurança na União Europeia [UE] e o custo destes impactos deverá ser elevado, pelo que os ministros das Finanças estão a estudar formas de proteger os grupos vulneráveis”, afirma Paschal Donohoe.

Em altura de aceso confronto armado na Ucrânia devido à ofensiva russa, o presidente do Eurogrupo aponta que, antes da guerra, “a economia da zona euro tinha registado uma forte recuperação”.

“Estima-se que a produção e os rendimentos tenham voltado aos níveis anteriores à crise no final de 2021 e o mercado de trabalho registou um nível recorde de desemprego de 6,8% em janeiro, métricas que mostram como as nossas políticas económicas estão a funcionar e que tanto a política orçamental como a monetária proporcionaram níveis excecionais de apoio rápido e considerável, sustentadas por coordenação e consenso”, defende.

Paschal Donohoe adianta que, por isso, “é também evidente que a economia da zona euro é resistente, o que ficou demonstrado durante a crise covid-19”.

“Temos de assegurar aos nossos cidadãos que a nossa resposta política continuará a ser forte e unida e que a recuperação económica é sustentada por sólidos fundamentos e por uma clara melhoria da situação epidemiológica no futuro”, conclui.

Numa tomada de posição divulgada há uma semana, os ministros das Finanças da zona euro admitiram o “momento crítico” na economia da moeda única causado pela guerra da Ucrânia devido à invasão russa, apoiando mais sanções e ajustes à “postura política” face ao impacto económico.

“Depois de dois anos sob o domínio da pandemia de covid-19, a UE vê-se confrontada com um momento crítico causado pela agressão militar russa não provocada e injustificada contra a Ucrânia”, disseram.

Por isso, “o Eurogrupo apoia plenamente todas as ações e sanções que estão a ser adotadas pela UE e pelos seus aliados contra o agressor e reconhece também que podem ser necessárias medidas económicas adicionais para apoiar a Ucrânia e para proteger os nossos valores fundamentais”, vincaram os ministros da tutela na altura.

O Eurogrupo admitiu ainda que “a incerteza aumentou significativamente” devido às tensões geopolíticas.

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