A apropriação cultural da marca Tory Burch ficou viral na Internet nos últimos dias. A designer norte-americana, lançou para o mercado uma camisola de lã, decorada com motivos tradicionais da Póvoa do Varzim, embora a criadora tivesse afirmado, numa primeira fase, que seria de inspiração mexicana.
A referida camisola esteva à venda por 695 euros, mas já foi retirada do site oficial.
Face a toda a polémica instalada, o Município da Póvoa de Varzim esclarece, em nota às redações, as cláusulas que impôs a Tory Burch para defender o seu património.
Em primeiro lugar, a Câmara Municipal requer o “estabelecimento de contacto direto entre a empresa Tory Burch e os artesãos da Póvoa de Varzim que se dedicam à confeção da Camisola Poveira, para a promoção de iniciativas conjuntas no futuro, visando a concertação de esforços com vista à elevação do artesanato local,(…) baseada em valores de boa fé, cooperação e consciencialização da diversidade cultural”.
O Município exigiu ainda que a “produção e confeção de um novo modelo ou versão da camisola ou de qualquer outro item ou peça de roupa/vestuário com símbolos, referências ou inspirações na cultura poveira, que a empresa Tory Burch pretenda comercializar de futuro, deve ser obrigatoriamente feito em Portugal, pelos artesãos locais radicados na Póvoa de Varzim”.
Também o financiamento por parte da empresa da criação de um centro de formação de artesanato dedicado à profissionalização da confeção da Camisola Poveira foi uma das condições exigidas, aquando da continuação da identificação da inspiração na Póvoa de Varzim e “origem, importância histórica, contextualização cultural e ligação direta à hiperligação do site da CMPV na caixa de descrição do produto comercializado com a referência da Camisola Poveira, pela empresa Tory Burch”.
Por último, a Câmara Municipal revela que ontem foi contactado, pela primeira vez, ao final da tarde, por uma representante da empresa Tory Burch.
