A Infraestuturas de Portugal (IP) confirmou à Lusa que a estação ferroviária de Braga para a alta velocidade ficará separada da atual, defendendo que se trata da solução “técnica e economicamente mais favorável”.

“Os estudos em desenvolvimento pela Infraestruturas de Portugal assentam nos Estudos Prévios desenvolvidos pela RAVE [em 2010], os quais, à data, obtiveram Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável. A atualização desses estudos confirmaram a localização prevista para a estação Braga AV como sendo a técnica e economicamente mais favorável”, confirmou fonte oficial da IP em resposta a questões da Lusa.

Em novembro, o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, já tinha confirmado à Rádio Universidade do Minho (RUM) que a estação irá ficar instalada nas freguesias de Gondizalves e Semelhe.

De acordo com a IP, “os serviços de alta velocidade irão usar, permanentemente, o ramal de Braga entre Nine e Tadim, existindo a possibilidade dos comboios AV [alta velocidade], com término em Braga, servirem a atual estação, desde que o seu comprimento não exceda os 200 metros (comprimento aproximado de uma composição AV simples)”.

Já os “comboios em composição dupla (com um comprimento aproximado de 400 metros) e os comboios AV com origem/destino em Vigo utilizarão a nova estação Braga AV”.

De acordo com a IP, “a estação de Braga AV deverá ter uma configuração de estação términus, com cais centrais, linhas de resguardo para comboios AV que tenham Braga como estação terminal e pátio de manutenção”, além de uma secção para os comboios que sigam para Vigo.

“Será, por isso, um estação extensa e larga, incompatível com uma solução subterrânea de grande profundidade”, refere.

A IP salienta ainda que “a estação será servida pela futura Variante do Cávado, a qual garantirá uma ligação rápida à EN101 e ao nó de Ferreiros da A11, e, através desta autoestrada, o acesso à A3, assegurando-se boas ligações com a estação atual, com o centro da cidade e com as zonas periféricas de Braga”.

Tal como Braga, também a estação de Leiria ficará afastada da atual.

A primeira fase (Porto-Soure) da linha de alta velocidade em Portugal deverá estar pronta em 2030, estando previsto que a segunda fase (Soure-Carregado) se complete em 2032, com ligação a Lisboa assegurada via Linha do Norte.

Haverá estações preparadas para receber a alta velocidade em Campanhã (Porto), Santo Ovídio (Gaia), Aveiro, Coimbra, Leiria e Lisboa.

Está também planeada a ligação do Porto a Vigo, na Galiza (Espanha), prevista para 2032, e que terá estações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Braga, Ponte de Lima e Valença (distrito de Viana do Castelo).

No total, segundo o anterior governo, os custos do investimento no eixo Lisboa-Valença rondam os sete a oito mil milhões de euros.