A administração da fábrica da Coindu em Arcos de Valdevez garantiu hoje estar a cumprir a lei, de forma integral e escrupulosa, no processo de despedimento coletivo que tem em curso, motivado pela “descontinuidade de alguns projetos”.
“A necessidade de recurso ao despedimento coletivo decorre da descontinuidade de alguns projetos que tivemos até à data. A Coindu iniciou o processo, respeitando, de forma integral e escrupulosa, a lei”, refere a empresa que se dedica à produção de estofos para automóveis.
Em resposta enviada hoje, por escrito, a um pedido de esclarecimento da agência Lusa, a Coindu adianta que “a intenção de proceder a um despedimento coletivo abrange 103 dos 2.300 trabalhadores ao serviço da empresa, não havendo lugar ao encerramento de qualquer das suas unidades de produção”.
Em Portugal, a Coindu, fundada em 1988, tem unidades fabris em Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, e em Vila Nova de Famalicão, no distrito de Braga.
A administração da empresa refere que “a todos os trabalhadores abrangidos pelo referido processo foi enviada a comunicação prevista no artigo 360.º do Código do Trabalho”, sendo que “de seguida dará, nos termos da lei, início à fase de informações e negociação com os trabalhadores”.
“Trata-se de um procedimento transparente e fundamentado, que vem decorrendo com a maior serenidade e com a compreensão por parte dos trabalhadores da Coindu”, sustenta a empresa.
Na sexta-feira, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) entregou na Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) um pedido de anulação do processo de despedimento coletivo.
Na altura, à Lusa o secretário-geral do SIMA, José Simões, classificou o procedimento de ilegal.
“Já realizámos dois plenários na empresa a informar os trabalhadores de que se trata de despedimento coletivo ilegal e que o caso já foi reportado à ACT. Há pessoas que assinaram as cartas e documentação sem saberem o que estavam a assinar. Quando tentam enganar as pessoas e o sindicato, aí ninguém nos para. Por esse motivo é que pedimos a anulação do despedimento coletivo”, sublinhou.
Na nota hoje enviada à Lusa, a Coindu adiantou que vai “continuar a mover esforços no sentido de conseguir novas nomeações de projetos e manter em pleno funcionamento todas as unidades de Portugal, conforme tem vindo a ser praticado nos últimos 35 anos”.
“Neste sentido, a Coindu tem vindo a fazer um grande investimento nas áreas tecnológicas com vista a um posicionamento competitivo face aos mercados concorrentes de baixo custo”, acrescentou.
Já o secretário-geral do SIM, José Simões assegurou que, “enquanto a situação não ficar esclarecida, o SIMA não irá desistir”.
“Vamos continuar a apoiar os trabalhadores. Mesmo que saiam da empresa, vamos ajudá-los a encontrar emprego nas outras fábricas instaladas na região. Informá-los dos direitos que têm ao dispor, desde o subsídio de desemprego, entre outras”, especificou.