A empresa vimaranense Coelima, que se dedicou á produção têxtil durante praticamente um século, irá deixar os credores da sua insolvência com perdas totais de dezenas de milhões de euros, uma lista que inclui o Estado português e a Caixa Geral de Depósitos, a maior lesada nesta situação.
Mesmo assim, os bancos (BCP, Caixa e Novobanco) serão o destino da maior porção do dinheiro direcionado aos credores, cerca de 2,1 milhões de euros, valor muito distante dos 12,5 milhões de euros que ficam por saldar, de acordo com uma notícia avançada pelo jornal Eco.
De acordo com a proposta de rateio final do administrador judicial Pedro Pidwell, consultada pela mesma fonte, a Caixa Geral de Depósitos deve receber apenas 1,1 milhões, dos 7,6 milhões devidos, enquanto que ao BCP e Novo Banco cabem montantes de 702 mil e 333 mil, respetivamente, deixando cerca de 6 milhões de euros por saldar, no total.
No que diz respeito aos trabalhadores, está previsto o pagamento de todos os fundos devidos na sua totalidade (diretamente ou através do Fundo de Garantia Salarial), operação que totaliza mais de 58 mil euros.
O Estado, através das sociedades Portugal Ventures e Banco de Fomento, fica lesado em pouco pais de um milhão de euros e é visado nesta proposta como o destinatário de 194 mil euros.
Espaço ainda para os credores comuns, que incluem empresas como a EDP Comercial, seguradoras, sociedades de advogados e um fundo imobiliário, entre outros, que ficaram com cerca de 30,5 milhões em dívida e que devem agora receber apenas 715 mil euros deste valor, de acordo com o mesmo documento.
Fundada em 1922, a Coelima chegou a seu uma das empresas mais importantes do panorama nacional, gerindo uma operação de 3.500 pessoas, número que estava reduzido a penas 250 empregados, no ano de 2021.