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Trabalhadores acusam Bosch/Braga de passar “informação falsa” e de “faltar à verdade”

A Comissão de Trabalhadores (CT) da Bosch Car Multimédia, em Braga, acusou hoje a empresa de passar “informação falsa” e de “faltar à verdade”, ao afirmar que “realizou um investimento na massa salarial quatro vezes superior aos anos anteriores”.

Em resposta enviada na sexta-feira à agência Lusa, na sequência da greve dos trabalhadores contra os “escassos aumentos salariais” e “a gritante discriminação” na sua aplicação, nomeadamente quanto aos funcionários mais antigos, a Bosch disse que promoveu, em junho, “o maior aumento salarial de sempre”, tendo em consideração as tabelas de remunerações mínimas da Associação Portuguesa das Empresas do Setor Elétrico e Eletrónico.

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A Bosch explicou que a política salarial e as revisões aplicadas na empresa “têm como base o enquadramento das funções, o desempenho dos colaboradores e a avaliação do mercado de trabalho”, acrescentando que “realizou em Braga um investimento na massa salarial quatro vezes superior aos anos anteriores”.

A empresa referia ainda que os colaboradores e a Comissão de Trabalhadores “foram informados atempadamente”.

“Exmos. Administradores, claramente esta informação é falsa. Estão a faltar com a verdade, tanto à comunicação social, como aos seus trabalhadores sobre o nosso conhecimento em relação ao valor dos aumentos salariais”, lê-se numa carta aberta, hoje divulgada.

Segundo esta CT, “a realidade” é que em 13 de maio de 2022 reuniu-se com a empresa, tendo-se sido apresentado “um pequeno protótipo e incompleto de um estudo que estava a ser realizado sobre os salários no mercado de trabalho”.

“Em momento algum nos foi comunicado quais as percentagens atribuídas e os valores em euros das respetivas percentagens”, refere a carta aberta.

A CT conta que foi informada de que a avaliação de desempenho iria ser alterada e que “alguns dos itens iriam desaparecer”.

“Assim, como também nos foi dito, que a antiguidade dos trabalhadores na empresa iria valer 10% da sua avaliação para valorizar os trabalhadores mais antigos, o que a CT achou muito pouco e até miserável, o facto de ser tão irrisório a percentagem que atribuirão à antiguidade dos mesmos, o que mereceu da nossa parte uma forte da contestação”, indica a carta aberta.

A CT reconhece que existiram “realmente aumentos bem generosos que ficaram por 100, 300 euros e muito mais para os trabalhadores mais jovens da empresa”.

“A Comissão de Trabalhadores nada tem contra esses aumentos. Mas que fossem utilizados os mesmos critérios para os trabalhadores mais velhos. Não aproveitar o facto de a antiguidade valer uns míseros 10% para lhes discriminar ainda mais. Lamentavelmente, a Bosch não merece os trabalhadores que tem”, conclui a CT na carta aberta.

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