A apresentação à insolvência da Coelima despertou, no Vale do Ave, o interesse de pelo menos três candidatos à compra e recuperação da centenária fabricante de têxteis lar: os consórcios RTL/José Fontão e Felpinter/Mundotêxtil e a Mabera.
Os credores da Coelima – que se apresentou à insolvência no passado dia 14 de abril – reúnem-se na sexta-feira no Juízo de Comércio de Guimarães para apreciarem o relatório do administrador de insolvência da têxtil, Pedro Pidwell, e as propostas de compra em cima da mesa.
“Espero que o assunto fique resolvido ou, pelo menos, muito bem encaminhado na sexta-feira”, avançou Pedro Pidwell.
Apesar de ter inicialmente manifestado a intenção de apresentar um plano de insolvência com vista à recuperação da empresa, a administração da têxtil de Guimarães acabaria por recuar e, em 26 de maio, avançou não estarem “reunidas as condições que permitam assegurar a manutenção da exploração”.
“Ao longo das últimas semanas, a Coelima trabalhou ativamente no sentido de reunir os apoios necessários à sua recuperação e à viabilização da implementação de um plano de insolvência. Apesar de todo o empenho e trabalho desenvolvido, não foi possível à Coelima conseguir o compromisso das várias partes envolvidas tendo em vista a apresentação de um plano, pelo que a decisão sobre o futuro da empresa caberá aos seus credores”, disse então fonte oficial da empresa.
Ainda assim, a administração dizia estar “em curso um processo de aproximação por parte de um consórcio de investidores que poderão permitir a preservação da atividade económica desenvolvida pela Coelima”.
A confirmação chegaria alguns dias depois, com a entrega em tribunal de uma primeira proposta de compra da empresa, por parte de um consórcio de Guimarães composto pelas empresas RTL (detida pelo empresário e antigo trabalhador da Coelima Alfredo Jorge Teixeira) e José Fontão & Cia, que assume como “fim único manter viva a empresa e a marca Coelima, empresa centenária, histórica e que alberga mais de 250 famílias através dos seus trabalhadores”.