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Compasso Pascal, uma tradição que perdura no tempo

O dia da Páscoa da Ressurreição é vivido no norte de Portugal, e particularmente no distrito de Braga, inspirado numa multissecular tradição, que lhe confere um sentido destivo e celebrativo ímpar.

Desde os primórdios, a Igreja promoveu a Bênção das Casas, em dias diferenciados segundo cada época e cada região, mas privilegiando o tempo pascal, numa referência à primeira Páscoa, e à providência de Deus assinalada nas soleiras do Egito.

Mais tarde, em plena Idade Média, esta forma ritual de bênção torna-se mais solene. A dimensão geográfica das paróquias e a suficiência de clérigos, permitia colocar a visitação e a bênção de todos os lares no próprio dia de Páscoa. Tomou, por isso, o nome de Visita ou Compasso Pascal.

Em nossos dias, e pela estreita relação do único mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, celebrando ao longo do Tríduo Pascal, o grupo visitador é presidido pelo pároco (ou alguém por si delegado) e constituído por alguns membros da comunidade paroquial. Conservando o rito de bênção das casas, inclui também um momento de oração comunitária e familiar, e termina como o ósculo da Santa Cruz, ou outro sinal de adoração.

Depois de, como os primeiros discípulos, anunciarem aos irmãos que o Senhor ressuscitou verdadeiramente e vive para sempre, o dia termina reunindo todos os grupos visitadores em solene e festiva procissão.

A casa está impecável, todos estão vestidos a rigor, a mesa está posta com a melhor toalha, uma grande jarra de flores e doces de Páscoa. A ansiedade é crescente. Cada vez mais perto ouve-se o som dos pequenos sinos, que anunciam a chegada do Compasso. Na rua e na entrada de casa há flores e verdes no chão. É um tapete para Jesus passar.

“Aleluia, aleluia, Jesus Ressuscitou”. É com esta frase que com o Campasso entra em casa e todos repetem. É anunciado, desta forma, que Jesus entra em casa de todos para a abençoar.

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