A Câmara da Póvoa de Varzim, do distrito do Porto, solicitou uma inspeção a um aterro sanitário instalado no município vizinho de Barcelos, que tem sido alvo de queixas da população pela emissão de “odores desagradáveis”, anunciou hoje o autarca poveiro Aires Pereira.
O equipamento, que está localizado na freguesia barcelense de Paradela, é gerido pela empresa Resulima, responsável pela recolha de resíduos nos municípios de Arcos de Valdevez, Barcelos, Esposende, Ponte da Barca, Ponte de Lima e Viana do Castelo, e entrou em funcionamento no início deste ano, mas, desde então, tem gerado a contestação dos habitantes das freguesias poveiras limítrofes de Rates e Laúndos.
“Não iremos tolerar que no século XXI seja aberto um aterro e que este não seja operado de acordado com as licenças respetivas, nomadamente no que diz respeito à questão dos odores desagradáveis”, disse Aires Pereira.
Nesse sentido, o autarca poveiro garantiu que já entrou em contacto com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), entidade responsável pela fiscalização deste tipo de equipamentos, que, segundo Aires Pereira, “se disponibilizou para fazer uma inspeção ao local, com a participação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA)”.
O presidente da Câmara da Póvoa de Varzim lembrou, ainda, que fruto de alguma “pressão” feita autarquia, a empresa Resulima deu nota que “tomou medidas mitigadoras, nomeadamente a maior celeridade na cobertura dos resíduos e a colocação a uma nova barreira de aromatizadores que possam mitigar a saída dos cheiros”, mas não descartou a tomada de uma posição “mais dura” se o problema não for corrigido.
“Estamos a tratar do assunto ponto de vista jurídico, para que se a situação não se resolver e o aterro não operar de acordo com as condições de licenciamento, possamos tomar diligências”, garantiu Aires Pereira.
O autarca lembrou que as Juntas de Freguesia de Rates e Laúndos estão a “recolher assinaturas para no futuro, se necessário, poder sinalizar testemunhas que tenham sido afetadas por este problema”.
Este aterro de Paradela, operado pela Resulima, que começou a ser construído em 2017 e foi implementado numa área de 14 hectares, teve um custo de 28 milhões de euros, tendo sido anunciado como um equipamento moderno e tecnologicamente avançado.
O equipamento situa-se a algumas centenas de metros de um antigo aterro na freguesia de poveira de Laúndos, que depois de algumas décadas em funcionamento, foi recuperado e selado pela Lipor, empresa intermunicipal de gestão de resíduos do Grande Porto, em 2004, num investimento de 3,2 milhões de euros.