O arvoredo da Quinta de Margaride, na freguesia de Mesão Frio, concelho de Guimarães, que inclui “as três cultivares mais antigas descritas na Europa”, foi classificado de interesse público, segundo despacho hoje publicado em Diário da República.
Datado de 10 de janeiro e assinado pelo presidente do Conselho Diretivo do Instituto da Conservação da Natureza e das Floresta, Nuno Banza, o despacho classifica de interesse público um conjunto arbóreo e três exemplares isolados existentes naquela quinta no distrito de Braga.
O despacho destaca a “raridade” daquele arvoredo e o seu “elevado interesse botânico”, pela presença de cultivares antigos de Camellia japonica, com destaque para a Alba Plena, Variegata e Pompone, oriundas do extremo oriente.
“É cada vez mais raro encontrar nos jardins portugueses, como um conjunto, as três cultivares mais antigas descritas na Europa (Alba Plena, Variegata e Pompone), uma vez que as cultivares ‘Variegata’ e ‘Pompone’, com registo de entrada em Inglaterra em 1792, rapidamente foram preteridas pela imensa variedade de novas cultivares criadas na primeira metade do século XIX, principalmente em Inglaterra, França, Bélgica e Itália”, refere o despacho.
Destaca ainda as cultivares Elegans e Lavinia Maggi, originadas na Europa no século XIX, e a portuguesa Augusto Leal Gouveia Pinto, registada em 1889.
O arvoredo, acrescenta ainda o despacho, apresenta “bom estado vegetativo e sanitário, não aparenta sinais de pouca resistência estrutural ou risco sério para a segurança de pessoas e de bens e não se encontra sujeito ao cumprimento de medidas fitossanitárias que recomendem a sua eliminação ou destruição obrigatórias”.
Situa-se junto à Casa de Margaride, uma residência rural aristocrática que também está classificada como monumento de interesse público, tendo em conta o seu valor estético e a sua conceção arquitetónica e paisagística.