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Ordem dos Enfermeiros recebeu 7.656 pedidos de escusa de responsabilidade

A Ordem dos Enfermeiros (OE) recebeu no último ano 7.656 pedidos de escusa de responsabilidade de enfermeiros, por considerarem que está em causa a qualidade e segurança dos cuidados prestados por falta de profissionais, foi hoje anunciado.

Os dados apontam que estes números de escusas são seis vezes superiores aos números de há um ano, altura em que tinham chegado à OE 1.300 declarações, adianta em comunicado a Ordem dos Enfermeiros, que contabiliza estes dados desde novembro de 2021.

Relativamente a agosto, quando foram divulgados os últimos dados (6.541), foram apresentadas mais 1.115 escusas, indicam os dados.

“Só na zona Centro, onde as escusas têm vindo a ser renovadas, são já mais de cinco mil as declarações apresentadas, sendo que a maioria corresponde a enfermeiros do Hospital de Leiria”, salienta a OE.

A região Sul, com um total de 2.132 declarações, é a segunda zona do país com maior número de pedidos de escusa, com o Hospital Garcia de Orta, em Almada, a apresentar a situação mais grave, seguido do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, que abrange o Santa Maria, e do Hospital do Algarve.

A Ordem dos Enfermeiros refere que estes dados confirmam as suas previsões da “tendência de subida destas declarações desde o início do ano, face ao agravamento da situação nos hospitais, em particular devido à falta de enfermeiros”.

“Em causa está a degradação dos serviços, sobretudo devido à falta de enfermeiros, o que leva ao incumprimento das dotações seguras, pondo em causa a qualidade e segurança dos cuidados prestados”, sublinha.

A OE cita o relatório da OCDE ‘Health at a Glance’, divulgado este mês, segundo o qual Portugal tem um rácio de 7,3 enfermeiros por 1.000 habitantes, tendo já sido ultrapassado por países como a Roménia, Lituânia e Malta, sendo a média dos países da União Europeia de 8,3 enfermeiros por 1.000 habitantes.

A declaração de escusa de responsabilidade foi disponibilizada pela OE a todos os enfermeiros para acautelar a eventual responsabilidade disciplinar, civil ou mesmo criminal dos enfermeiros face ao elevado número de doentes a seu cargo, uma vez que está demonstrado por estudos internacionais que por cada doente a mais a cargo de um Enfermeiro a mortalidade sobe 7% nos hospitais.

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