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Trabalhadores do calçado acusam patrões de ter “lucros de milhões” e “praticar salários de tostões”

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Os sindicatos dos trabalhadores do calçado acusaram hoje o patronato do setor de ter “lucros de milhões” e “praticar salários de tostões”, exigindo aumentos salariais e a valorização das carreiras e profissões.

Numa manifestação, esta manhã, no Porto, em frente à loja de Luís Onofre, presidente da APICCAPS – Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos, a coordenadora da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal (FESETE) explicou que “em cima da mesa” está a exigência de um aumento de 100 euros salariais e do subsídio de refeição para 4,5 euros.

“O que motiva [a manifestação] é a postura desta associação patronal, um setor que tem tido resultados extraordinários nos últimos anos, em particular em 2022, um excelente semestre, e que insiste em manter os salários dos trabalhadores no limiar da pobreza, no salário mínimo nacional”, afirmou Isabel Tavares.

Segundo a sindicalista, os patrões do setor “recusaram-se a negociar valores justos de salário para 2022”, sendo que há já outra proposta apresentada: “Já enviámos a proposta para 2023, que ainda não temos resposta, sem encerrarmos a de 2022 já temos em cima da mesa a de 2023”.

A proposta para 2023 exige um aumento de salário de 100 euros para cada trabalhador e de dois euros no subsidio de refeição, passando dos atuais 2,5 euros para os 4,5.

“Este é um setor que produz calçado de excelência, que exporta milhões de euros e que mantém os seus trabalhadores no salário mínimo nacional. Exigimos respeito pelos trabalhadores através da negociação séria da negociação coletiva e que se valorizem carreiras e profissões”, disse.

Contactada sobre o protesto por parte dos sindicatos do setor, a associação salientou que “as negociações ainda nem começaram”, pelo que “é de estranhar o momento” escolhido.

“Os sindicatos têm toda a legitimidade para estarem na rua mas estranhamos o momento escolhido porque as negociações começam em janeiro, só recebemos a proposta e foi dada a indicação de disponibilidade para negociar”, referiu a fonte.

A mesma fonte manifestou estranheza pelo local escolhido: “As negociações são com a APICAPS e não com um empresário individual, estão a fazer pressão na casa de um empresário o que é lamentável”, disse.

Presente na manifestação, a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, salientou que o salário mínimo “é há anos praticado e que nas negociações do contrato coletivo de trabalho não se avança nos salários, na melhoria das carreiras”.

“A esmagadora maioria dos trabalhadores empobrece a trabalhar, está a ver o seu salário a ser reduzido pelo aumento do custo de vida e não há uma resposta efetiva que garanta não só a reposição dos salários mas também a melhoria do poder de compra”, apontou.

Isabel Camarinha salientou ainda que “para desenvolver o país não se pode continuar com este modelo de baixos salários”.

“Se não houver aumentos de salários, se não houver aumento do poder de compra dos trabalhadores, reformados e pensionistas, o que vamos ter é o país a afundar-se”, disse.

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