O bispo do Porto, Manuel Linda, pediu hoje aos idosos um “sacrifício acrescido” para prescindir dos contactos familiares no Natal para que o “sofrimento não aumente mais” devido à covid-19.
“Venho pedir-lhes o sacrifício acrescido de, este ano, sabermos prescindir daquilo que mais gostamos em nome da prudência: os contactos familiares por alturas do Natal. Para que o sofrimento de todos não aumente mais”, disse na sua habitual mensagem de Natal dirigida aos que estão na “idade dourada”.
Devido à atual pandemia, Manuel Linda lembrou que este ano as coisas “são diferentes” e exigem de todos “algumas privações”.
Por isso, reforçou, pode exigir que saudemos os familiares e amigos, mas pelo telemóvel ou computador.
“Se Deus quiser, para o ano, tudo será diferente. Aceitai, pois, o sacrifício deste ano para que, em 2021, só haja alegria e risos e não remorsos ou recordações tristes”, vincou.
O bispo lembrou que, todos, já ouviram falar de conhecidos infetados pelo vírus, de amigos que tiveram de passar dias nos cuidados intensivos dos hospitais e, até, de pessoas que morreram no mesmo lar.
“E isso gerou medo de contágio, pavor de que a epidemia se espalhasse mais, receio de nem sequer sabermos se a pessoa que se encontrava à nossa frente estava ou não infetada”, acrescentou.
Esta “terrível pandemia” causa muitos problemas, disse, reforçando que os sofrimentos que este ano é preciso suportar irão, brevemente, transformar-se em alegria com a vacina contra a covid-19.
“E aí estão elas [vacinas] não apenas como medicamento que cura, mas prevenção que evita que se apanhe a doença (…) dentro de poucos dias começaremos o processo daquilo que os entendidos chamam a imunidade de grupo”, frisou Manuel Linda.
E, aí, as pessoas poderão voltar aos afetos, às carícias, aos encontros, ou seja, à família, ressalvou.
No final da mensagem de Natal, onde alerta para os cuidados a ter nesta quadra festiva, o bispo do Porto desejou Natal feliz e um novo ano com saúde e alegria.
Portugal contabiliza pelo menos 5.902 mortos associados à covid-19 em 362.616 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O estado de emergência decretado em 09 de novembro para combater a pandemia foi renovado até 07 de janeiro, com recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.
O Governo decidiu manter as medidas previstas para o Natal, mas agravou as do período do Ano Novo, com recolher obrigatório a partir das 23:00 de 31 de dezembro, e a partir das 13:00 nos dias 01, 02 e 03 de janeiro.
É também proibido circular entre concelhos entre as 00:00 de 31 de dezembro e as 05:00 de 04 de janeiro.
O funcionamento dos restaurantes em todo o território continental é permitido até às 22:30 no último dia do ano, e até às 13:00 nos dias 01, 02 e 03 de janeiro.