O plano de vacinação contra a covid-19 “é adaptável às circunstâncias”, assegurou hoje o subdiretor-geral da Saúde a propósito da antecipação da decisão da Agência Europeia do Medicamento sobre a vacina da Pfizer-BioNTech para 21 de dezembro.
“Se esse facto acontecer, estaremos a pensar numa antecipação de oito dias em relação à vacinação e todo o esforço deve ser feito para que todas as questões logísticas sejam antecipadas em oito dias”, disse Rui Portugal na conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a evolução da pandemia.
O subdiretor-geral da Saúde considerou ainda ser “muito bom” o cenário de uma “antecipação que não traga maior risco em termos de segurança dessa mesma vacina”, sob a garantia do cumprimento “escrupuloso” das normas europeias. A Agência Europeia do Medicamento (EMA) anunciou hoje que antecipou a reunião de revisão da vacina Pfizer-BioNTech contra a covid-19 para 21 de dezembro, em vez do dia 29 inicialmente agendado.
Rui Portugal alertou que a vacina não vai ditar o levantamento imediato das regras de prevenção contra a propagação do SARS-CoV-2, o coronavírus que provoca a doença covid-19, e que as pessoas devem ter consciência de que terão de manter comportamentos mais cuidadosos.
“A vacinação não vai substituir as medidas de controlo não farmacológicas. Vamos ter de continuar durante um determinado tempo, que pode ser mais ou menos longo, a ter as atitudes corretas relativamente às proteções individuais e coletivas. E não vamos ter vacinações com eficácia de 100%”, afirmou, admitindo que a imunização em relação à doença pode não significar o mesmo efeito sobre a transmissibilidade do vírus.
Sobre a vacinação nos centros de saúde e as dúvidas sobre a acessibilidade de pessoas não inscritas nestas unidades e que pertençam aos grupos considerados prioritários, Rui Portugal esclareceu que “os médicos assistentes podem e devem identificar essas pessoas” e integrá-las em função do risco e do grupo prioritário, consoante a sua eventual atualização ao longo das diferentes fases do plano, e citou o papel das unidades de cuidados nas comunidades.
“Sabem identificar as oportunidades, as formas de melhor lá chegar e os reforços que eventualmente sejam necessários. Não estou preocupado relativamente a essas questões”, frisou, apontando o foco ao processo de distribuição: “Estamos preocupados com outras questões que tenham a ver com a logística para que a distribuição seja a tempo e horas”.
Por fim, questionado sobre as normas definidas pelo governo para o período do Natal e Ano Novo, o subdiretor-geral da Saúde evitou alongar-se em comentários e defendeu que “as dinâmicas e o espaço político fazem as suas opções, não é a DGS, que apenas alimenta e dá as referências que têm de ser dadas para a tomada dessas mesmas decisões”.
Portugal contabiliza pelo menos 5.733 mortos associados à covid-19 em 353.576 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).