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Covid-19 não trava milhares de pessoas de visitarem túnel de luz no cais do Funchal

Um túnel de luz instalado no cais do Funchal, digitalmente programado para produzir espetáculos de música e efeitos visuais, é a grande atração das iluminações de Natal este ano na capital madeirense, atraindo todos os dias milhares de pessoas.

“Nestes últimos dias, do fim de semana para cá, tem estado muita gente. Faz fila até à passadeira [da Avenida do Mar]”, disse Paula Freitas, vendedora de castanhas assadas, com banca montada mesmo à entrada do cais.

E reforçou: “Esta é a grande atração e está muito gira.”

O túnel de luz ocupa praticamente toda a extensão do cais e foi instalado pela empresa TC Luz & Eventos, uma das duas responsáveis pelo projeto de iluminação decorativa da cidade do Funchal, na sequência dos concursos públicos lançados pela Secretaria Regional do Turismo e Cultura, que orçamentou 3 milhões de euros para as iluminações de Natal, Ano Novo e Carnaval na Madeira entre 2020 e 2022.

“A estrutura é complicadíssima, com muitas ligações que permitem a comunicação entre as centenas de milhares de LED que ali estão, lâmpadas interligadas a computadores, e depois é feita a programação dos efeitos visuais que vão passando no túnel e em articulação com a música”, explicou Rui Macedo, da TC Luz & Eventos.

O projeto tem por base a aurora boreal, que corresponde à “parte mais calma” do espetáculo e visa estimular um “momento pensativo” nos visitantes, ao que se segue um ‘show’ de luz, cor e efeitos visuais.

“É possível fazermos mil e uma configurações”, disse Rui Macedo, realçando que este é, provavelmente, “um dos maiores túneis digitais do mundo”, sendo também a maior estrutura do género montada até agora pela empresa.

A novidade já atraiu milhares de pessoas ao cais do Funchal, desde que as iluminações foram ligadas, a 01 de dezembro, e, por vezes, geram-se longas filas à entrada, pois a circulação é controlada e limitada, devido à covid-19.

“Está bonito. Vale a pena”, disse Gracinda Perestrelo, que tinha atravessado o túnel e estava na ponta do cais, de telemóvel em punho, à espera que o espetáculo recomeçasse.

Opinião semelhante manifestou Jacinto Ornelas: “À primeira vista, penso que esta baía até está mais bonita do que no ano passado. Ainda não dei uma volta a pé, mas, de uma maneira geral, acho que está melhor.”

E depois realçou: “Ou está igual ou está melhor. Pior, não está de certeza. E o túnel é mesmo a grande atração.”

Na extremidade oposta, Paula Freitas agita as castanhas e diz que, apesar de a sua banca estar bem posicionada, o negócio está “muito pior” do que no ano passado, quer pela falta de turistas, quer pelo desemprego que agora afeta muitos madeirenses devido à crise pandémica.

“As luzes ajudam a esquecer”, disse, acrescentando: “Falo por mim e por muita gente: já estamos um pedacinho massacrados disto, com medo de sair à rua, com medo de andar à vontade. Acho que sim, as iluminações fazem esquecer um pedacinho.”

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