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Portugal “envia” SMS há 27 anos

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Em Portugal, o serviço de mensagens foi lançado em outubro de 1995, quando estavam no mercado das operadoras móveis a TMN (atual MEO) e Telecel (atual Vodafone).

Lançado em 1995 em Portugal, o serviço de mensagens escritas atingiu o pico em 2012, com mais de 27 milhões de SMS enviadas, e tem vindo a diminuir, até às 10 milhões em 2021, segundo dados da ANACOM. .

O primeiro SMS (Short Message Service) no mundo foi enviado há 30 anos, em 03 de dezembro de 1992 pelo britânico Neil Papworth, engenheiro de telecomunicações da Sema Group Telecoms, no Reino Unido.

A mensagem, um desejo de “Feliz Natal”, foi enviada a partir do computador de Neil Papworth para o telemóvel Orbitel 901 de Richard Jarvis, da Vodafone.

O momento histórico atingiu um novo patamar em dezembro de 2021, quando o primeiro SMS, de 15 carateres, foi leiloado como um NFT (“Non Fungible Tokens” ou “Token” Não Fungível) por 107 mil euros, durante um evento organizado pela casa Aguttes em França.

Em Portugal, o serviço de mensagens foi lançado em outubro de 1995, quando estavam no mercado das operadoras móveis a TMN (atual MEO) e Telecel (atual Vodafone), segundo dados enviados à agência Lusa pela Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM).

Em outubro de 1995, a Telecel lançou pela primeira vez esta funcionalidade para serviços de contrato, os que não eram pré-pagos, uma percentagem pequena da base de clientes, adiantou à Lusa Nuno Taveira, antigo gestor de produto de SMS e das plataformas de “messaging” na Vodafone.

O crescimento dos SMS teve um dos pontos de viragem em fevereiro de 2000, quando foi firmado um acordo entre as três operadoras existentes (depois do surgimento da Optimus em 1998, atual NOS) para permitir aos utilizadores a comunicação entre as diferentes redes, refere a reguladora.

Os primeiros dados disponíveis na ANACOM são precisamente de 2000, ano em que o número de SMS totalizou 550 milhões, ou seja, cerca de sete SMS por utilizador ativo por mês. .

O pico de tráfego de SMS foi atingido em 2012, período em que cada utilizador efetivo enviava 180 mensagens por mês, num total de 27.860.126 mensagens.

Ainda segundo os dados da ANACOM, este número tem vindo a diminuir. Em 2021, foram 68 as SMS enviadas por utilizador efetivo por mês (-62% comparado com 2012), num total de 10.729.392.

Outro momento de viragem para os SMS em Portugal é a introdução dos serviços pré-pagos, que permitiu uma massificação do serviço móvel, contou à Lusa Teresa Salema, presidente da Fundação Portuguesa das Comunicações.

“Temos que recordar que a rede móvel cresce primeiro nos segmentos mais altos. Só a partir de 1995, com a introdução dos pré-pagos é que temos uma grande massificação e, nessa altura, também as mensagens escritas aparecem com mais intensidade e chegam a atingir recordes absolutos”, referiu, assinalando o surgimento “do famoso MIMO, desenvolvido então pela Portugal Telecom nos laboratórios de Aveiro”.

Atualmente existem formas alternativas de envio de mensagens mais populares, as “instant messaging”, como por exemplo através das aplicações Whatsapp ou Messenger, disponíveis para os “smartphones” e que juntam o texto à possibilidade de mandar imagens, sons, documentos ou os populares GIFs.

Em 30 anos, a SMS teve um auge de utilização e está em quebra. Mas a utilização para publicidade e marketing, em matéria de segurança, como fator de autenticação, ou a criação de uma grafia específica, como o uso do “k” para dizer “que”, são heranças que ainda persistem nos dias de hoje.

A presidente da Fundação Portuguesa das Comunicações referiu que, no entanto, a tecnologia que está atualmente ao alcance da sociedade envolve a integração de vários fatores.

“Há três coisas que são necessárias, pois além de um equipamento, é necessário acesso às redes, com a capacidade e a rapidez que temos atualmente com a fibra ótica ou o 5G. E a “cloud” (nuvem). São estas três coisas que fazem com que tenhamos os serviços que temos atualmente”, analisou.

Teresa Salema, que no início da década de 1990 se encontrava na Companhia Portuguesa Rádio Marconi e tem uma carreira de três décadas ligada ao setor, defendeu ainda que as tecnologias estão presentes para “melhorar a qualidade de vida, mas também a saúde do planeta”.

Embora existam agora formas mais eficientes de enviar mensagens, Teresa Salema destaca que todas as tecnologias acabam por encontrar o seu espaço.

“A rede fixa tem o seu espaço. E os SMS também têm o seu espaço”, frisou.

No caso das SMS, a sua popularidade e massificação através dos telemóveis acabou com um outro serviço que tinha ganho a sua relevância anteriormente: os pagers ou serviço “bip-bip”, lembrou.

“Hoje em dia só temos aqui no museu como é que era uma mensagem escrita daquele tipo. Era quase que um telegrama, portanto, ainda era mais curto que uma SMS”.

De resto, a Fundação Portuguesa das Comunicações, com 25 anos, tem como dupla missão “conservar e mostrar todo o património do setor das comunicações em Portugal”, através do Museu das Comunicações, em Lisboa.

Teresa Salema contou que a história das comunicações é “muito mais longa” face à década em que nasceu o SMS, sendo que em Portugal é situada “há cinco séculos, em 1520, com o estabelecimento do serviço de correio”.

“Na altura, o rei D. Manuel estabelece o serviço de correios exatamente para dar suporte à expansão marítima portuguesa. Porque, como é óbvio, qualquer desenvolvimento económico tem como base uma rede de comunicações”, salientou.

O Museu das Comunicações tem atualmente uma exposição que assinala os 25 anos da fundação, onde é possível “mexer e experienciar os objetos” de tecnologias antigas e em funcionamento, como a máquina de escrever, o fax, máquinas de telex e alguns equipamentos de GSM, inclusive com um Nokia com o famoso jogo “Snake” (Serpente). .

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