Para apresentar alternativas à reestruturação da TAP “com menores custos sociais”, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) anunciou hoje que vai pedir audiências urgentes com todos os partidos e deputados não inscritos com assento parlamentar.
“O SNPVAC vai requerer hoje mesmo audiências, com caráter de urgência, a todos os partidos e deputados independentes, com assento parlamentar, para lhes dar conta das nossas legítimas preocupações e lhes apresentar as diversas alternativas possíveis para uma restruturação da TAP que vá muito além dos despedimentos e cortes da massa salarial”, informou o sindicato, em comunicado enviado às redações.
Na sua ótica, “há alternativas com menores custos sociais e que permitem manter uma TAP com a dimensão e a importância” que a companhia representa para o país.
O sindicato manifestou, ainda, a sua “total perplexidade” pelo silêncio a que “todos os partidos políticos com assento parlamentar” e também o Governo se têm remetido, face ao plano de restruturação apresentado pela administração da TAP, nas reuniões que manteve com os sindicatos na sexta-feira, que prevê a saída de 3.600 trabalhadores – entre despedimentos e não renovações de contratos a prazo – e um corte de 25% da massa salarial.
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No que diz respeito a tripulantes de cabine, a TAP prevê dispensar 1.750 trabalhadores: 750 trabalhadores efetivos e 1.000 com contratos a prazo.
“Como já defendemos, não é com reduções salariais e com despedimentos que se vai salvar a TAP, mas sim com uma intervenção de cariz financeiro que capacite a empresa para os anos vindouros”, apontou o sindicato, que diz ter transmitido à administração, na sexta-feira, que “existem soluções alternativas que permitem salvaguardar postos de trabalho”.
O SNPVAC apelou, também, à união de todos os sindicatos que representam os trabalhadores da TAP, para que possam analisar e avaliar as diversas propostas em conjunto.
“Este é um momento de união e estamos convictos que este seria um momento único para o assumirmos e assim defendermos de forma mais eficaz os interesses de todos e da TAP”, considerou.
“É muito importante que a administração e o Governo tenham consciência que há alternativas credíveis que vão muito além dos despedimentos e dos cortes da massa salarial”, sublinhou a organização sindical.
Numa comunicação aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso, a administração da TAP referiu, depois das reuniões com os sindicatos, que vai propor aos trabalhadores um pacote de medidas voluntárias, que incluirá rescisões por mútuo acordo, licenças não remuneradas de longo prazo e trabalho a tempo parcial, e admite cortes salariais transversais e despedimentos.
Além de medidas voluntárias que serão apresentadas “nas próximas semanas”, o Conselho de Administração adianta que “estão colocados para discussão cenários como a suspensão do pagamento de alguns complementos remuneratórios, cortes salariais transversais, garantindo um valor mínimo que assegure a proteção aos salários mais baixos, e ainda a possibilidade de adequar o número de trabalhadores a uma operação que nos próximos anos será reduzida em 30% a 50%, retrocedendo assim a valores vividos há mais de uma década”.
O plano de reestruturação da TAP, elaborado pela consultora Boston Consulting Group (BCG), no âmbito do apoio estatal de até 1.200 milhões de euros, tem de ser entregue à Comissão Europeia até 10 de dezembro.