O ministro da Saúde afirmou hoje que é preciso perceber as causas de uma maior utilização de antibióticos, mas ressalvou que o trabalho que tem vindo a ser feito na racionalização destes medicamentos é “globalmente positivo”.
O Jornal de Notícias avança na edição de hoje que o consumo de antibióticos nos hospitais aumentou em 2020 e 2021, invertendo a tendência de descida que se registava desde 2013 e contrariando o que aconteceu na Europa no mesmo período, mas refere que pode estar relacionado com a covid-19.
Questionado sobre este assunto à margem do 31.º Congresso da Ordem dos Médicos Dentistas, o ministro afirmou que é um assunto que tem de ser estudado com mais detalhe, para que “uma informação não resulte numa ideia alarmista que depois possa não ter correspondência na realidade”.
O ministro lembrou que, “se há mais atividade assistencial nos hospitais, é natural que exista utilização de mais medicamentos, nomeadamente antibióticos”, mas reiterou que é preciso perceber quais foram as causas do maior consumo.
Manuel Pizarro adiantou que é preciso racionalizar em Portugal e em todos os países desenvolvidos a utilização de antibióticos, mas referiu que o trabalho que tem vindo a ser feito “é globalmente muito positivo”.
“Ainda não atingiu os resultados que nós queremos na tal racionalização, sobretudo em guardar os antibióticos de largo espetro para situações muito específicas, mas é um trabalho que exige grande cooperação com os médicos e com os profissionais de saúde”, acrescentou.
Relativamente ao facto de este aumento poder estar relacionado com a pandemia, disse poder ser possível, mas salvaguardou que não há ainda um estudo suficientemente detalhado para se poder perceber qual é a causa.
“A maior utilização pode até ter absoluta justificação médica e não ser um problema ou, ao contrário, pode significar que os mecanismos de controlo da excessiva prescrição afrouxaram um pouco nos anos da pandemia”, disse.