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Médicos preocupados com diminuição das primeiras consultas na oncologia pneumológica

Os pneumologistas alertam para a diminuição do número de primeiras consultas em oncologia pneumológica e pedem aos doentes que não deixem de ir aos hospitais porque o risco de não tratar a doença é maior.

“Temos tido uma diminuição grande do número de primeiras consultas em oncologia pneumológica, o que é preocupante. Sabemos que este tipo de tumor [cancro do pulmão] habitualmente se diagnostica numa fase mais avançada e, se os doentes têm medo de ir às consultas e atrasam a procura de um médico, pode fazer com que [a doença] seja diagnosticado numa fase ainda mais avançada, em que as opções terapêuticas já são menores”, disse à agência Lusa Ana Figueiredo, do Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão.

A pneumologista garante que os hospitais “estão preparados” para receber os doentes em segurança e sublinha: “o risco de ficar em casa para se proteger e não tratar uma doença destas é francamente maior do que o risco de ir ao hospital”.

A especialista do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra diz ainda que qualquer sintoma respiratório, como falta de ar, tosse e expetoração com sangue, ou mais geral, como o emagrecimento, a falta de apetite e um maior cansaço, devem ser sinais de alerta para que se procure um médico.

“E importante que não deixem de ir para se fazer um diagnóstico, seja ele qual for”, acrescenta.

Ana Figueiredo reconhece que a pandemia complicou estes diagnósticos pois ao medo do doente em ir ao hospital junta-se o facto de os exames agora demorarem mais tempo a fazer – pois os equipamentos têm de ser desinfetados após cada utilização – e de os doentes terem de fazer uma zaragatoa prévia para confirmar que estão negativos para o novo coronavírus.

A pneumologista, que fala nas vésperas do Dia Mundial do Não Fumador, que se assinala na terça-feira, frisou ainda a importância de desmistificar as novas formas de tabaco, muito usadas pelos mais jovens, lembrando: ”Ainda não podemos ter certezas absolutas pois (…) são precisos anos de utilização [de tabaco] para que comecem a aparecer doenças”.

Em Portugal, o cancro do pulmão é o 4.º tipo de cancro mais comum – logo a seguir aos da mama, próstata e colorretal. Em 2018, foram registados 5.284 novos casos.

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