País
Ministro da Defesa diz que Marinha evitou “desastre ecológico” entre a Póvoa e Viana do Castelo
O ministro da Defesa disse hoje que o navio petroleiro que avariou ao largo de Viana do Castelo na semana passada já foi reparado e seguiu viagem, enaltecendo o papel da Marinha por ter evitado um “desastre ecológico”.
“Na quarta-feira passada, em Portugal, estivemos em risco de um desastre que seria muito maior do que o de alguns anos atrás, por ocasião do Prestige, que felizmente também acabou resolvido. Um superpetroleiro com 330 metros de comprimento, com bandeira das Ilhas Marshall – estamos a falar de um tamanho equivalente a três campos de futebol – levando 150 mil toneladas de gasóleo, detetado a perto de 30 milhas ao largo da Póvoa de Varzim e de Viana do Castelo, com uma avaria nos motores, esteve a derivar para a costa portuguesa até às 13 milhas”, afirmou Nuno Melo.
O governante falava durante uma visita ao Centro de Operações Marítimas (COMAR), na Base Naval de Lisboa, situada em Almada, distrito de Setúbal, referindo-se a um navio com bandeira das Ilhas Marshall (Oceânia) que sofreu uma “avaria na sua máquina, ficando sem propulsão”, de acordo com comunicado da Marinha divulgado na sexta-feira.
Nuno Melo salientou que “foi a deteção e a ação da Marinha e da Autoridade Marítima que, obrigando à contratação de um rebocador e levando este superpetroleiro até para lá das 24 milhas, garantiu que este desastre ecológico não acontecia em Portugal”.
A reparação foi entretanto feita através do embarque de uma equipa de técnicos e o navio seguiu viagem, tendo como destino final Le Haver, na Normandia (França).
“Neste momento a situação está resolvida, por causa da atuação da Marinha e da Autoridade Marítima Nacional, com recurso também a este centro, e este navio está a algures já no Canal da Mancha”, acrescentou o ministro.
Nuno Melo utilizou este exemplo para sustentar que o dinheiro que o país gasta com Defesa “não é despesa, é investimento, que vem a crédito de todos os portugueses”, realçando que se evitou “uma tragédia de enormes proporções em Portugal”.
O governante esteve durante a manhã no Centro de Operações Marítimas (COMAR), acompanhado do Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), almirante Henrique Gouveia e Melo, que momentos antes, durante uma breve apresentação, já tinha salientado ao ministro que a Marinha atua por vezes além da sua competência institucional, prevenindo situações “muito graves”.
Nuno Melo visitou os novos espaços do COMAR, um centro de operações da Marinha que tem como função monitorizar os oceanos e centralizar e difundir informação sobre várias atividades desenvolvidas no mar, como ações de combate à pirataria, comando e controlo de operações militares ou ações de busca e salvamento.
Através de um investimento de cerca de dois milhões e meio de euros, proveniente do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), este centro da Marinha expandiu recentemente as suas capacidades, investindo em tecnologia avançada que permite uma velocidade de processamento e tratamento da informação muito maior, tendo alargado também os seus espaços físicos, com mais salas de equipamentos.
Nuno Melo assistiu a três simulações em tempo real de cenários nos quais o COMAR pode atuar: o primeiro foi o de vigilância de uma embarcação suspeita no âmbito do combate ao narcotráfico, que foi intercetada pela Marinha, com toda a operação visível através de um ecrã gigante.
Num segundo cenário, Nuno Melo observou o apoio dado por uma força de fuzileiros a um desastre marítimo, com a deteção de um ferido. Por fim, o governante assistiu a uma simulação na qual um edifício estava em chamas e, através de tecnologia infravermelha, era possível detetar onde se encontrava o foco do incêndio, para auxiliar os militares no terreno.
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