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Arquivado: Inquérito do surto de legionela que atingiu Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim

A demora na investigação facilitou a limpeza de potenciais fontes de infeção. Faltaram colheitas e, fruto da pandemia, faltou pessoal no terreno. As conclusões são do Ministério Público, segundo o JN.

Três anos depois, o inquérito ao surto de legionela que, em outubro e novembro de 2020, atingiu Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim acabou arquivado. Dos 88 doentes, 15 morreram.

Não há culpados. Porém, o advogado que representa a maioria das vítimas admite avançar com uma ação de responsabilidade civil contra o Estado, por omissão. O primeiro caso foi diagnosticado a 29 de outubro, mas só 11 dias depois começaram as inspeções no terreno, quando o surto era já notícia há dois dias.

Na Assembleia da República, o próprio presidente do Instituto Ricardo Jorge, Fernando Almeida, admitiu que o laboratório – responsável pelas análises – soube “pela Comunicação Social”.

“Havendo registo das primeiras notícias a partir de 7 de novembro, é de admitir que a maior parte das empresas não tenha sido surpreendida pela visita dos técnicos”, diz, no despacho, o procurador Bruno Pereira Castro, explicando que, no dia em que foi feita a vistoria, na refinaria de Matosinhos, estava a ser feito “um tratamento de choque com biocida”, que eliminaria qualquer vestígio.

Foram colhidas amostras em seis empresas de Vila do Conde e cinco de Matosinhos. Os valores “anormais” de cloro podem ter “interferido” nos resultados obtidos.
A própria Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, ressalta o procurador, admite que a identificação de potenciais fontes de infeção “tem de envolver uma maior eficiência” e que a covid “dificultou a realização de todas as diligências num curto espaço de tempo.”

Sem provas e sem nada que possa ser feito volvidos três anos, o procurador decidiu arquivar o inquérito.

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