A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, admite que Portugal possa regressar ao confinamento, embora num modelo “seletivo ou generalizado”.
Salientando que este tipo de modelo já é utilizado em alguns países, Graça Freitas não põe de lado o cenário onde uma variante mais agressiva do vírus possa ter uma resistência superior às vacinas.
A nossa principal preocupação para o outono-inverno é conseguirmos conter a doença grave, mais do que não ter infeção. Imagine que, de facto, aparece uma variante que escapa à imunidade que já construímos, uma variante agressiva que traz de novo a propagação e formas graves da doença, com potencial para aumentar internamentos e a taxa de letalidade, é claro que este é o pior cenário, não é o mais plausível, mas é possível e tem de ser tido em conta. E este cenário preocupa-nos, porque pode resultar num retrocesso. Em última análise pode levar-nos de novo a confinamentos seletivos ou generalizados, que é ao que estamos a assistir em alguns países”, disse ao Diário de Notícias.
A diretora-geral da Saúde continua explicando que “o primeiro cenário é o que vivemos, perfeitamente estável, o segundo é aquele em que a efetividade da vacina começa a cair, havendo a necessidade de fazer reforços para aumentar a proteção da população, é o que estamos a fazer agora com os maiores de 65 anos, e o terceiro, o pior, é aquele em que apareceria uma nova variante, mais agressiva, com capacidade de escapar ao nosso sistema imunitário. Portanto, estas três realidades têm de estar sempre presentes até que o vírus termine o seu percurso entre nós”, conclui.