Uma planta invasora cortante e alergénica “está rapidamente a tornar-se numa ameaça descontrolada”, proliferando-se em território nacional, alertou hoje a professora da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), Hélia Marchante.
A erva-das-pampas, de nome científico Cortaderia selloana, é originária das Pampas, um bioma localizado na América do Sul, e “até há duas décadas [a planta] surgia principalmente confinada a jardins”, mas está a tornar-se numa ameaça, apresentando “um apetite voraz” pelo território.
Apesar da sua beleza, o potencial perigo para a pele, as consequências económicas e o facto de crescer sem controlo, a erva-das-pampas forma áreas homogéneas, nas quais é a única protagonista, impedindo as outras espécies e degradando os ecossistemas.
Além disso, “os impactos negativos no estado de saúde da população, através das alergias que causa, é particularmente agravado por florir depois do verão, numa época em que menos espécies alergénicas costumam florir, sendo responsável por um novo pico de alergias, mais tardio”.
Além de intervenções de controlo, nas áreas de influência de alguns dos parceiros, e uma forte aposta na sensibilização ambiental, este projeto convida entidades públicas e privadas a aderir à Estratégia Transnacional de luta contra a Cortaderia no Arco do Atlântico, oferecendo formação e consultoria profissional para melhorar a gestão da espécie com a finalidade de travar a sua expansão e, onde for possível, erradicar a sua presença.