O lixo electrónico é um dos resíduos tóxicos de crescimento mais rápido nos últimos anos. O rápido aumento na produção de electrónica e baterias está a drenar metais escassos e outros recursos minerais.
Para resolver este problema, investigadores da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveram e testaram uma nova arquitectura de materiais e técnicas de fabrico que nos permitem inverter esta realidade e aplicar uma nova versão da política dos 3R (reduzir, reutilizar e reciclar) na área da electrónica. Ou seja, a electrónica 3R (resiliente, reparável e reciclável). Os resultados foram publicados na revista Advanced Materials.
“A investigação, financiada no âmbito do projecto CMU Portugal WoW, representa um avanço na superação da poluição tecnológica. Actualmente, a produção de resíduos electrónicos atingiu um nível alarmante de 7 kg/pessoa/ano. Apenas 20% dos resíduos electrónicos são enviados para reciclagem, e apenas uma pequena percentagem de metais preciosos, principalmente ouro, são recuperados”, de acordo com uma declaração .
Mahmoud Tavakoli, o autor principal do artigo científico, explica que a electrónica “soft” é baseada em novos polímeros será a melhor resposta para o problema do lixo electrónico. Mas apesar dos avanços da electrónica suave, a electrónica 3R só é possível “se pudermos demonstrar novas técnicas de fabrico que, por um lado, se baseiam em materiais resilientes, reparáveis e recicláveis e, por outro lado, podem competir com as técnicas existentes de fabrico de PCB em termos de resolução de padrões, implementação de multicamadas, integração de microchips e fabrico autónomo”.
Este trabalho de investigação, que está a ser realizado no Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) do Departamento de Engenharia Electrotécnica e Informática (DEEC) da Universidade de Coimbra, introduz uma nova arquitectura para a produção escalável, autónoma, e de alta resolução de dispositivos electrónicos 3R.