O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) criticou hoje as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS) para o próximo ano letivo, por não implicarem uma redução das turmas, medida que traria ganhos sanitários e pedagógicos.
“A questão que mais contestámos foi o facto de dentro das salas de aula não ter havido uma redução do número de alunos por turma, o que permitira manter essa distância. Aquilo que se mantém é tentar que os alunos, onde for possível, se mantenham à distância de um metro. Onde for possível quer dizer que nem sequer é indispensável e um metro é abaixo do mínimo de qualquer outra situação recomendada, que é um metro e meio”, afirmou hoje o secretário-geral da Fenprof.
Mário Nogueira falava aos jornalistas após a entrega de uma carta aberta à Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP), em Coimbra, sobre a municipalização da educação.
Para o dirigente sindical, assegurar o distanciamento físico dentro das salas de aula obrigaria a uma redução do número de alunos por turma, o que teria importância não apenas do ponto de vista do combate à pandemia, mas também “do ponto de vista pedagógico”.
“Num ano letivo que terá um plano de recuperação, é diferente um professor ter 25 ou 26 alunos pela frente ou ter 18 ou 19 ou 20 para trabalhar na recuperação de aprendizagens. É uma medida tipo dois em um e não foi tomada”, frisou.
O secretário-geral da Fenprof notou que a maioria das medidas são semelhantes às do ano transato e “levaram a que no primeiro período tivessem ocorrido casos de covid-19 em mais de 3.000 escolas”.
No entanto, Mário Nogueira congratulou-se com o facto de passar a haver testagem antes das aulas começarem, uma medida que a Fenprof já tinha defendido no passado.