Em 2021, a diferença entre alunas e alunos portugueses nos exames foi de quase um valor, a maior dos últimos anos. A disciplina mais desequilibrada é a de Matemática, onde raparigas tiveram mais 1,5 valores que rapazes.
As raparigas voltaram a ser o “sexo forte” nos exames do secundário, registando melhores resultados que rapazes e a maior diferença de média entre géneros dos últimos anos.
Ao todo, as alunas portuguesas superaram os alunos em 10 das 14 disciplinas com maior número de provas realizadas, com os rapazes a serem melhores apenas a História A, Geografia A, Inglês e Geometria Descritiva.
Segundo dados do Ministério da Educação, o sexo feminino obteve uma média nos exames nacionais de 11,86 (no ano anterior foi de 13,25 valores), enquanto os rapazes tiveram uma média de 10,99 (em 2020 tinha sido de 12,85 valores).
Esta diferença, de quase um valor, é a maior de sempre entre raparigas e rapazes em exames nacionais do ensino secundário nos últimos anos: em 2020, a diferença tinha sido de 0,40 valores e entre 2017 e 2019 nunca foi superior a 0,3 valores, embora sempre com as alunas a superarem os alunos.
Nos exames do ano passado, a margem entre as médias de raparigas e rapazes chegou aos 0,87 valores, mais do dobro do ano anterior e mais do triplo em relação ao último ano pré-pandemia, o de 2019.
Curiosamente, entre as principais oito disciplinas do ensino secundário, as maiores diferenças verificam-se a Matemática e Português, as mais importantes dos cursos científico-humanísticos.
As raparigas registaram, em 2021, uma média de 11,16 a Matemática, enquanto os rapazes ficaram-se pelos 9,62 valores: uma diferença de 1,54 valores que coloca os alunos masculinos muito mais próximos da média negativa do que de alcançarem a média das alunas portuguesas.
A Português e a Filosofia, o cenário não é tão drástico mas é igualmente desequilibrado: as raparigas somam médias de 12,3 a ambas, enquanto os rapazes registam resultados de 11,2 – uma diferença de 1,11 em ambos os casos.
A Física e Química, a disciplina com a pior média nacional entre os exames com maior número de provas realizadas, a diferença entre géneros é de 0,5 valores, mas é o suficiente para que raparigas tenham média positiva (9,8 valores), enquanto rapazes têm média negativa (9,3 valores).
Nos exames de Biologia e Geologia e de Economia, a diferença é de apenas algumas décimas, mas continua a favorecer as raparigas. Entre os oito exames mais concorridos, apenas dois – História e Geografia – tiveram rapazes com maiores médias que raparigas.
A tendência ocorreu por todo o país: em nenhum distrito de Portugal os rapazes conseguiram superar as raparigas na média dos exames com maior número de provas realizadas – e o mesmo aconteceu nas disciplinas de Matemática e Português.
O Porto, que foi o segundo distrito com as médias mais altas nestes exames de 2021, viu também a maior diferença entre os resultados de alunas e alunos: 1,23 valores, entre as médias respetivas de 11,97 e 10,74. Em Matemática, as raparigas do Porto foram dois valores melhores que os rapazes.
Foram sete os distritos onde a diferença de médias entre sexos foi superior a um valor (Porto, Santarém, Braga, Leiria, Viseu, Viana do Castelo e Bragança) e quatro deles foram os que registaram as melhores médias nacionais nos exames.
O maior equilíbrio entre géneros foi registado em Portalegre, onde as raparigas registaram uma média 0,18 valores superior aos rapazes.
O distrito registou também a maior diferença entre raparigas e rapazes numa disciplina: a Geografia, em que alunos tiveram uma média 1,5 valores acima das alunas