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Em julho: Queda de granizo faz mais de 1 milhão de euros em prejuízos para os agricultores de Vila Real

O presidente da Junta da Campeã, em Vila Real, contabiliza “mais de um milhão de euros” de prejuízos para os agricultores deste vale, onde uma tempestade de granizo “destruiu” campos de milho, batata e ainda atingiu castanheiros.

Ao final da tarde de terça-feira, uma tempestade de granizo, vento e chuva forte atingiu a zona da Campeã, freguesia do concelho de Vila Real que se situa entre as serras do Alvão e do Marão.

“O balanço é mau. Temos entre 80 a 90 hectares de milho e batata que estão totalmente destruídos e são cerca de 600 hectares de castanha que temos aqui no vale da Campeã, em que a produção vai cair para metade”, afirmou esta quarta-feira Jorge Maio, presidente da junta de freguesia e da Associação de Agricultores do Concelho de Vila Real.

A produção de castanha só se confirmará no outono, mas como as árvores estavam agora na fase de floração, o autarca prevê “quebras enormes”.

“É mais de um milhão de euros de prejuízos para os agricultores”, salientou Jorge Maio.

Uma situação que preocupa o autarca até porque, neste território, muitos ainda têm como atividade principal a agricultura. Mas a tempestade destruiu também as hortas que servem para autoconsumo da população local.

“Claro que se vai sentir no bolso de cada um”, sublinhou Jorge Maio.

O responsável disse que, agora, é preciso que o “Estado olhe para esta situação”.

“São situações singulares, locais que ninguém previa. Se querem manter este Interior com gente, que olhe para eles para se poderem manter cá”, salientou.

Como “a cultura está totalmente destruída”, e “não vai haver hipótese de recuperação, nem de fazer nova sementeira”, Jorge Maio defendeu “apoios por animal” para ajudar a alimentar o gado e para compensar as perdas.

Depois da tempestade, já há agricultores a ponderar a venda dos animais e o abandono das explorações agrícolas, até porque o milho semeado serve para o alimento do gado.

“Muitos deles dizem que vão vender os animais, outros já com uma certa idade aproveitam este momento para fechar portas, por isso é mau para todos”, referiu Jorge Maio.

A freguesia da Campeã tem 22 localidades.

Esta manhã técnicos da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte estiveram neste vale a fazer um levantamento dos estragos.

João Morais, da Associação dos Agricultores e Pastores do Norte, disse que o mau tempo afetou ainda outras áreas do distrito de Vila Real, como Sabroso de Aguiar (Vila Pouca de Aguiar), algumas aldeias de Chaves e ainda de Boticas.

Os estragos foram também a nível dos produtos hortícolas e milho (grão e silagem).

“Estamos a falar de zonas com bastante pastorícia, com bastantes animais e é a cultura que complementa a alimentação dos animais”, frisou.

João Morais disse que, em 2022, os “agricultores já estavam com o cinto bastante apertado, até porque os fatores de produção aumentarem brutalmente e foi com grande esforço que fizeram a cultura”.

“Agora não têm nada e o que esperavam é que o Ministério da Agricultura fizesse alguma coisa por eles, mas acho que a nossa ministra se esqueceu dos agricultores”, frisou, defendendo também “uma ajuda por animal para a alimentação”.

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