O membro da direção dos Bombeiros Voluntários do Porto José Robalinho denunciou, esta quinta-feira, à Lusa que o presidente daquela corporação, Gustavo Barroco, mandou abater duas viaturas oferecidas que “estavam boas para o serviço”.
“Dois carros que nos foram oferecidos por outras corporações de bombeiros e que estavam bons para o serviço foram mandados abater pelo presidente da direção para tentar fazer dinheiro”, disse.
Afirmando “não ter sido consultado” sobre nenhuma das decisões, José Robalinho recorda-se que a primeira viatura, então oferecida pelos Bombeiros de Campo de Ourique, foi abatida há mais de um ano “e rendeu pouco mais de mil euros”.
“A segunda foi há cerca de duas semanas. Era um Volvo, tinha 30 mil quilómetros e estava estacionado nos Bombeiros Portuenses depois de nos ter sido oferecido pelo Batalhão de Bombeiros Sapadores do Porto, para ser transformado num autotanque”, contou o dirigente, afastado das reuniões da direção desde 2021.
Questionado pela Lusa se tinha conhecimento das dívidas da associação revelou que em setembro de 2020 pediu para fazer essa consulta, mas as “únicas contas que mostraram eram de débitos à associação e totalizavam 187 mil euros”.
“Fui perguntar aos devedores e mostraram-me que não era verdade. Se me pergunta onde está esse dinheiro, respondo que não sei, como nunca soube se associação devia dinheiro a alguém, porque nunca me mostraram”, acrescentou José Robalinho.
A Lusa tentou uma reação de Gustavo Barroco, mas até ao momento não foi possível.
O quartel dos Bombeiros Voluntários do Porto não abriu esta quinta-feira por ordem da direção, situação que deve repetir-se aos fins de semana e feriados por falta de pessoal para apoio à central telefónica, disse à Lusa a voluntária Iva Bessa.