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Produtores de leite portugueses com os piores preços da Europa temem a “morte” do setor

Os produtores de leite exigiram hoje a intervenção urgente do Governo, pedindo um aumento de cinco cêntimos por litro de leite e a interrupção da “agonia” que vai levar à morte do setor em Portugal.

Numa carta aberta ao primeiro-ministro, António Costa, a APROLEP – Associação dos Produtores de Leite de Portugal sublinha que Portugal ocupa o último lugar entre 27 estados-membros, com o preço mais baixo do leite à produção: 29,9 cêntimos por kg de leite, e por isso pedem a intervenção urgente do Governo

“Em maio passado, escrevemos uma carta aberta à senhora Ministra da Agricultura e a várias entidades que intervém na fileira do leite. Não tivemos até hoje qualquer resposta do seu Governo”, escrevem os produtores de leite.

A APROLEP diz que na altura deram conta de que os produtores de leite portugueses tinham tido em março o pior preço do leite na Europa, apenas 29,9 cêntimos por kg de leite, cinco cêntimos abaixo da média comunitária.

“Hoje, com dados atualizados pelo Observatório Europeu do Leite, sabemos que continuámos em abril com o pior preço da Europa e com a diferença agravada para 5,4 cêntimos abaixo da média comunitária. Em maio a diferença terá aumentado para 5,6 cêntimos”, é referido na carta.

A APROLEP considera “uma vergonha” o facto de Portugal ocupar o último lugar entre 27 estados-membros, com “preços de miséria”, quando Portugal preside à União Europeia.

Os produtores explicam que os cereais e matérias-primas necessárias que têm de comprar para equilibrar a alimentação dos animais subiram, sem perspetiva de descida a curto prazo e, isso, provocou um aumento no custo de produção de cerca de três cêntimos por litro.

“A nossa margem já era muito reduzida antes desta subida, porque recebemos o mesmo preço há 20 anos e suportámos aumentos do custo da energia, da mão de obra e de todos os fatores de produção. Fomos já avisados de novos aumentos no custo da ração para os próximos meses”, destacam os produtores.

Por isso, os produtores alertam para o facto de que vai haver atrasos nos pagamentos, desânimo e revolta.

“Teremos de colocar tratores na rua, à porta das fábricas, dos supermercados ou da Assembleia de República? Teremos de entrar em greve de fome para que dediquem ao nosso setor a atenção que precisa neste momento? Precisamos, com urgência, de um aumento de cinco cêntimos por litro de leite”, destacam.

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