Contas da água e da luz a chegarem fora do prazo de pagamento e vales postais com o dinheiro das reformas a serem entregues mais tarde do que o previsto. Tem sido esse o panorama, nos últimos meses em vários pontos do país. Tudo devido aos atrasos na entrega de correspondência por parte dos CTT.
Por outro lado, há carteiros à beira de atingir o limite da exaustão, que até das horas de pausa têm que prescindir para conseguirem dar conta do volume de trabalho e que chegam a ser agredidos verbalmente na rua. É que, só na zona Norte, segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), faltam mais de 200 profissionais.
“As nossas dificuldades são bem percetíveis no dia a dia. As pessoas passam alguns dias sem receber cartas e, depois, têm cinco de uma vez”, explica Paulo Silva, do SNTCT. Segundo o dirigente sindical, em causa está a “falta de recursos humanos” – pois “na Zona Norte faltam mais de 200 carteiros” – e o método de distribuição implementado pelos CTT, há cerca de um ano.
“O correio normal era entregue dia sim, dia não. Agora, está a ser entregue de três em três dias. Só o prioritário é que se mantém diário. Se uma pessoa receber correio normal à quarta-feira, naquela semana não vai receber mais nada”, garante.