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Como um “balde de água gelada”: Proprietários de discotecas e bares reagem às novidades do estado de calamidade

A Associação Nacional de Discotecas (AND) afirmou esta quarta-feira que a decisão do Governo de manter os bares e discotecas encerrados, pelo menos até final de agosto, “foi um balde de água gelada” para os empresários do setor.

No final da reunião do Conselho de Ministros realizado esta manhã, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que os estabelecimentos de diversão noturna, como os bares e as discotecas, irão permanecer encerrados, pelo menos até ao final de agosto, por não haver ainda “condições para voltarem a abrir” devido à pandemia de Covid-19.

O presidente da AND, José Gouveia, considerou que a decisão do Governo é uma desconsideração pelos empresários, que receberam “um balde de água gelada”.

“Algumas [empresas] estavam a contar, pelo menos, com o espaço ao ar livre para fazer o verão e que esse verão viesse recuperar aquilo que perderam durante este período. O que vai acontecer a estas empresas?”, questionou.

Para o presidente da AND, o Governo está a “discriminar” este setor, uma vez que vai permitir que os restaurantes possam alargar o horário de funcionamento até às 01h00.

“Sabíamos que junho seria difícil, mas também estarmos a ver os restaurantes a substituírem os bares, com este alargamento de horários até às 01:00. Parece que aqui é uma questão de haver ou não comida em cima da mesa”, criticou.

Na declaração feita após o Conselho de Ministros, António Costa anunciou que os restaurantes vão poder receber clientes até à meia-noite e encerrar à 01:00 a partir de 14 de junho.

Questionado pela Lusa sobre eventuais ações de protesto, José Gouveia ressalvou que os empresários vão aguardar “para ver o que o Governo vai fazer”, defendendo a necessidade de os apoios ao setor serem reforçados.

“Neste momento ainda estamos a digerir aquilo que ouvimos e, em tempo útil, iremos perceber o que tem de ser feito e se o Governo desta vez está, efetivamente, disposto a pagar a despesa que é encerrar estas empresas por mais três meses”, apontou.

A esse propósito, o primeiro-ministro garantiu que os empresários vão continuar a poder receber ajudas.

“As regras de apoio obviamente se mantêm para as atividades que se mantêm encerradas, designadamente nas áreas de bar e restauração”, frisou.

Os espaços de diversão noturna encontram-se encerrados desde março de 2020 devido à pandemia de Covid-19.

Em março deste ano, a AND defendeu que estavam reunidas condições para que os bares e espaços ao ar livre pudessem reabrir as portas já em julho e as discotecas, com espaço ‘indoor’, o pudessem fazer em agosto.

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