A greve dos trabalhadores da empresa SUCH – Serviço de Utilização Comum dos Hospitais, para exigir aumentos salariais e redução do horário de trabalho, está a registar uma adesão nacional próxima dos 100%, na área da alimentação, segundo fonte sindical.
“Estão a ser garantidos os serviços mínimos aos doentes acamados nos hospitais. Aqui na cantina do Hospital de São João, no Porto, assim como noutros hospitais a nível nacional, não estão a ser servidas refeições aos médicos, aos enfermeiros e demais funcionários”, disse Francisco Figueiredo, da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT).
O dirigente sindical, que falava junto ao Hospital de São João onde os trabalhadores se concentraram para dar “uma grande resposta à intransigência da administração em melhorar as condições de vida e de trabalho”, referiu que nas áreas dos resíduos, da manutenção, das rouparias e lavandarias, “a adesão não é tão elevada”, situando-se “entre 50 e 70%”.
“O Governo, as administrações dos hospitais e o SUCH – que emprega cerca de 4.000 trabalhadores a nível nacional – aproveitam-se desta mão-de-obra para garantir uma boa qualidade de serviços a preços baixos. Esta é uma grande luta dos trabalhadores e é uma grande resposta ao arrastamento do processo negocial”, sublinhou.
De acordo com Francisco Figueiredo, o SUCH “não deu aumentos salariais em 2020, e em 2021 deu um aumento miserável aos trabalhadores e está a arrastar o processo negocial até hoje”.
“Mais de 90% dos trabalhadores recebem praticamente o salário mínimo nacional. Não é aceitável que as administrações dos hospitais e o Governo se aproveitem para garantir uma boa qualidade de serviço a baixo custo. Têm que igualar as condições de trabalho”, acrescentou.