O Hospital de Braga reconheceu “sérios constrangimentos” na urgência de Obstetrícia devido à saída de cinco obstetras, depois de o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) ter denunciado escalas com número de clínicos “abaixo dos mínimos” estabelecidos.
O hospital adiantou que “está a tentar” contratar clínicos prestadores de serviços como “solução temporária de recurso”.
A administração do hospital reconheceu que “tem vindo a constatar sérios constrangimentos em completar a escala de trabalho do Serviço de Urgência de Obstetrícia”, explicando que é uma “situação motivada pela saída, por aposentação ou rescisão, de cinco médicos obstetras”.
“Como soluções temporárias de recurso, o Conselho de Administração está a tentar garantir a contratação de médicos prestadores de serviço, tendo igualmente reorganizado as escalas de trabalho e alterado a dotação, de modo a assegurar a prestação de cuidados de saúde de forma regular às grávidas e parturientes da região”, adianta a administração.
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) denunciou na sua página na internet que o conselho de administração do Hospital de Braga “impôs escalas de Urgência de Ginecologia/Obstetrícia abaixo dos mínimos estabelecidos pelo Colégio da Especialidade para um Hospital de Apoio Perinatal Diferenciado”.
Segundo o SIM, o Hospital de Braga realiza mais de 2.500 partos anuais, pelo que deve ter cinco especialistas em presença física, podendo o quarto especialista ser substituído por um médico interno da especialidade do 5º ao 6º ano e o quinto especialista por um médico interno do 2º ao 6º ano.
De acordo com o sindicato, o conselho de administração do hospital determinou a alteração da dotação para quatro elementos “com efeitos imediatos”, ou seja, “para uma equipa que devia ter cinco médicos especialistas, o conselho de administração do Hospital de Braga impôs [sexta-feira] uma equipa de apenas três médicos especialistas”.
O sindicato deu ainda conta de que apelou aos seus associados para que “deem entrada de minutas de exclusão de responsabilidade face à carência de recursos humanos das equipas de urgência”.